"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

domingo, 13 de dezembro de 2009

A sonda na pesca e náutica


A sonda é um dispositivo cada vez mais comum nas embarcações, quer estas sejam de pesca ou de passeio, mas que ainda deixa com dúvidas muitas pessoas que consideram a sua aquisição, funcionamento e utilidade.

Uma sonda que vulgarmente utilizamos na náutica de recreio e pesca é constituída por uma unidade central, que possuiu também o display de cristais líquidos e cérebro do sistema, e um transdutor. O princípio de funcionamento é bastante simples e baseado no conceito vulgarmente conhecido por sonar, utilizado há muito nos submarinos. Embora o transdutor seja uma peça apenas, é construído internamente por dois elementos, o emissor e o receptor de sinal. A unidade central produz um impulso eléctrico que envia ao transdutor pelo cabo condutor. Aqui o elemento emissor converte o impulso numa onda sonora, que é propagada facilmente pela água, graças às excelentes características dos líquidos na propagação de sons. Quando esta onda sonora em forma de feixe atinge qualquer objecto, é de imediato reflectida – o eco, regressando ao receptor do transdutor onde irá ser convertida em novo impulso eléctrico e devolvida à unidade central. Esta unidade trata o sinal e com base numa sequência constante de impulsos enviados e recebidos em pouco tempo, cria uma imagem representativa dos objectos e fundos que foram atingidos pelo feixe e devolvidos pelo seu eco. Para determinar as distâncias a que se encontram os objectos reflectidos, é utilizada a velocidade de propagação na água, previamente conhecida e constante, tendo em conta o tempo decorrido entre a emissão dos impulsos e a sua recepção pelo receptor do transdutor. Por isso é que a maioria das sondas actuais permite a escolha dos dois tipos de água, doce ou salgada, porque a velocidade de propagação é ligeiramente diferente devido às densidades específicas, diferente nos dois tipos de água.


Transdutor (fonte www.humminbird.com)


Claro está que potencialmente qualquer objecto encontrado em suspensão e reflectido, será considerado um peixe, quer seja um cágado, uma rã ou um pedaço de madeira. As sondas mais modernas podem representar os arcos dos objectos que correspondem justamente á área de reflexão, sendo neste caso possível com alguma experiência do operador, distinguir os diferentes alvos atingidos.

Colocação do transdutor

Se a colocação da unidade central não acarreta grandes complicações no desempenho do sistema, o mesmo já não se pode dizer quanto ao transdutor, considerando as formas mais comuns.

Uma é no interior do casco da embarcação, colado directamente no fundo com resina, se o casco for de fibra de vidro. Se o casco for noutro material já não é possível a utilização deste método. Ainda assim se no casco existirem bolhas de ar, ou espuma, a eficácia é de imediato comprometida.

No método externo e mais vulgar, o transdutor fica directamente em contacto com a água, não se colocando à partida a possibilidade de problemas na emissão e recepção dos sinais. Alguns transdutores estão equipados com sensor de temperatura da água e velocímetro, sendo este o único método possível para um desempenho real destas funcionalidades. No entanto a montagem deve ser efectuada num local onde não se vão formar bolhas de água e/ou cavitações durante a deslocação, sendo importante o facto do casco ser liso no alinhamento em direcção à proa e ausente de nervuras que possam produzir bolhas de ar.

Outra possibilidade de colocação de um transdutor externamente é no motor eléctrico, processo habitualmente utilizado pelos pescadores de achigã. A vantagem é a possibilidade de “ver para a frente” e não para trás, bem como direccionar o feixe lateralmente para o local pretendido.

Características

Qualquer sonda possui diversas características que deverão ser consideradas aquando da sua aquisição, dependendo das nossas necessidades e das condições dos locais em que pescamos.

Potência, indicada em Watts: Quanto maior a potência, maior a profundidade atingida e maior detalhe na apresentação dos ecos.

Frequência: frequência do sinal sonoro enviado ao transdutor. As frequências baixas são mais indicadas para águas profundas e no mar, enquanto as mais altas são indicadas para a água doce.
Resolução do display, quanto maior for a resolução mais detalhe, definição e real será a apresentação das imagens no visor.
Ângulos (s) trata-se do(s) cone(s) produzido(s) pelo emissor. Quanto maior for o ângulo do cone, melhor funciona a baixa profundidade e menos detalhe produz em grande profundidades, onde será preferível um ângulo inferior.

Funções genéricas

Fish ID – Identifica os reflexos como peixes e permite em alguns modelos a utilização de um alarme sonoro, consoante o tamanho de peixe seleccionado, para alertar o utilizador.
Zoom – Permite a selecção de uma gama de profundidades para melhor percepção da imagem. Ou seja se escolhermos a escala de 15 a 30 metros embora se perca informação dos primeiros 15 metros, teremos maior detalhe do fundo do que se mantivermos a habitual escala de 0 a 30 metros.

Deep Alarme – Permite o ajuste de uma profundidade mínima e sempre que esse valor é inferior ouve-se uma alarme sonoro.

Combinado Sonda e GPS (fonte www.humminbird.com)


Estes são os pontos comuns nas várias sondas de gama média e porventura as mais utilizadas na pesca quer em água doce ou salgada. Outras há, específicas de cada marca e de igual forma úteis e importantes para os utilizadores. Ainda assim os fabricantes estão constantemente a introduzir alterações nos equipamentos sendo já bastante comuns as sondas com GSP, mantendo no mesmo aparelho as funções dos dois equipamentos, com todas as vantagens e inconvenientes que isso acarreta.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Vega vence prémio internacional


A prestigiada revista britânica de pesca, Tackle Trade World acaba de distinguir com o terceiro prémio de melhor anúncio de 2009, os destrocedores série Potenza, da Vega.

A escolha dos melhores anúncios de 2009, anunciada na edição de Dezembro da conhecida revista britânica, foi feita pelo director criativo da Tackle Trade World, Mark Grafton e visou distinguir os anúncios que se destacaram ao longo do ano nas páginas da revista.

Para Mark Grafton o arranjo gráfico dos destorcedores Potenza, é bastante simples mas de grande impacto visual devido ao interessante leque de cores.

A distinção feita pela Tackle Trade World reveste-se de grande importância para a Vega, já que a publicidade em revistas da especialidade não é tarefa fácil, em particular no mercado internacional.

Com este prémio, a Vega distanciou-se de marcas particularemnte poderosas e com uma enorme penetração no mercado internacional, como a Sufix, Strike Pro, Mustad, Shimano, DAM entre outras.

sábado, 21 de novembro de 2009

A epicondilite do pescador

Retirado de http://www.healthyelbows.com/

Há cerca de um mês e meio atrás e depois de um esforço exagerado numa tarefa banal, apercebo-me duma dor no braço junto ao cotovelo, com tendência para o incomodativo, um ou dois dias depois.
Ao contrário do habitual não tinha tendência para passar, mas pelo contrário, a espalhar-se pelo resto dos músculos do braço até ao punho. Em conversa com um fisioterapeuta amigo, diagnosticou-me pelo telefone, uma epicondilite lateral ou “cotovelo de tenista”, devido ao esforço efectuado. O certo é que de tenista, só tenho mesmo o cotovelo.

Aparentemente, esta lesão é também bastante comum nos pescadores desportivos que façam lançamentos frequentes. As modalidades de pesca ao achigã com iscos artificiais, pesca à pluma e spininng de mar, estão entre as que mais originam este tipo de lesões, quer devido ao tipo de utilização do braço no lançamento, quer pelo grande número de lançamentos. Surfcasting por exemplo, é menos prejudicial, visto que no lançamento todo o corpo roda e actua, não só os braços, bem como o número de lançamentos é normalmente bastante inferior.
Quando ao que na realidade acontece, parece haver duas correntes de opinião. Alguns especialistas referem a lesão como o rompimento de micro ligações do tendão ao osso e consequente inflamação, utilizando no tratamento anti-inflamatórios, enquanto outros referem a necrose de partes do músculo junto à ligação, devido à falta de irrigação sanguínea em quantidade suficiente durante o esforço e tratam apenas com analgésicos, denominando até a lesão por "infarto do cotovelo".
Uma coisa é certa: a recuperação é extremamente longa, visto que vai de seis meses a um ano. Como a principal receita é a imobilização da área, contenção na utilização do braço e mais tarde fisioterapia, parece que vou (tentar) passar uns meses sem pescar. Haverá pior sorte para um pescador incorrigível?

Prevenção da epicondilite lateral
A melhor forma de prevenção da epicondilite lateral do cotovelo é evitar o excesso de esforço. Se ocorrer dor durante a actividade, (não me aconteceu), deve-se parar e descansar o cotovelo e efectuar pausas frequentes. A lesão pode surgir ao usar equipamento inapropriado e com muito peso. Más posturas e técnicas, podem igualmente ocasionar cotovelo de tenista. Também é importante fazer alongamentos e aquecimento antes de usar as extremidades superiores. Deve-se colocar gelo no cotovelo logo após a actividade e surja dor, descansar periodicamente para evitar exagero muscular e exercitar frequentemente os músculos dos braços, antebraços e punhos.
Foram inúmeros os sítios da net que consultei, mas deixo como referência pela simplicidade da explicação o Fisioterapia no Blog, para além da Revista Brasileira de Ortopedia e Healthyelbows.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Plumas leves e plumas pesadas


Entre o equipamento de pesca à pluma, mais dois grandes contrastes no meu equipamento:

Em cima, uma cana World Wide Sportsman, modelo Gold Cup de 8”, para linhas #12/14. Adequada a plumas pesadas para os grandes predadores de mar. Com esta, não é só preciso ter jeito, também precisamos de força.

Em baixo, uma cana Browning , modelo Black Canyon de 7,5” para linha #3. Óptima para pequenos ribeiros fechados, apresentações discretas e peixes mais pequenos. Um espectáculo com plumas secas...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Fundo da Linha

Embora seja claramente contra determinados actos radicais e até incoerentes praticados por associações ambientalistas, não posso ficar indiferente ao vídeo divulgado pela Greenpeace, com o nome ”O Fundo da Linha” com o objectivo de alertar para a destruição causada pela pesca de profundidade em águas internacionais. Este vídeo conta com o apoio de Sigourney Weaver e insta os governos de todo o mundo a adoptar medidas concretas e urgentes para defender a vida marinha que se esconde nas profundezas dos oceanos. Em Novembro deste ano a Assembleia Geral das Nações Unidas vai voltar a abordar este tema e vai decidir os próximos passos relativamente à implementação da resolução 61/105.



Esta resolução pede a tomada de medidas imediatas que administrem os stocks de peixe de maneira sustentável e que protejam os ecossistemas marinhos vulneráveis de práticas de pesca destrutivas. Desde o dia 16 de Outubro, que a Greenpeace está na estrada para sensibilizar consumidores para as ameaças que os ecossistemas vulneráveis em alto mar enfrentam e pressionar os retalhistas a tomar a liderança e parar de comercializar espécies de peixe de profundidade. Estas grandes empresas têm o dever de garantir aos seus consumidores a sustentabilidade de todo o peixe que vendem e de não encorajar a destruição dos últimos refúgios de vida marinha do planeta. Acredito que este vídeo seja uma boa oportunidade para divulgar as ameaças que os ecossistemas das águas profundas enfrentam e que muitos ignoram. Mas depois disto já não têm desculpa…

Para mais informações visite o site da Greenpeace Portugal.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Exóticas, desde quando?

Periodicamente surgem rumores nos meios piscatórios, sobre a erradicação das espécies piscícolas exóticas ou alóctones, que vivem no nosso país. Desta vez, está em cima da mesa, ou se quisermos em discussão e accionado pelo ICNB - Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, a revisão do Decreto-lei 565/99 de 21 de Dezembro ou como é conhecido, o Decreto-lei das espécies exóticas.
O ICNB tem no seu sítio da internet, em “Estudos e Projectos”, uma proposta de revisão para o DL atrás referido, reforçando a necessidade de seguir as Directivas e Convenções Europeias e também Ibéricas, no que toca à erradicação e controle de espécies exóticas.
Mais uma vez, surge a lengalenga da erradicação das espécies exóticas de água doce, em especial as que já cá temos há bastante tempo e pescamos há muito. Neste aspecto, a pesca de mar está a salvo, desta acerbada vontade em querer só o que é nacional. Também é certo que com as recentes Portarias 143 e 144/2009, os pescadores de mar nem precisam de mais preocupações…

As mais exóticas e as menos exóticas
Se quando pensamos em espécies piscícolas exóticas consideramos a perca-sol, o peixe-gato e a lúcio-perca, isto só para referir as que têm dois nomes de família e são menos interessantes em termos desportivos, não podemos esquecer que também estão dentro do mesmo saco rotulado de “EXÓTICOS A ERRADICAR”, a carpa, o achigã e a truta arco-íris, só para dar três exemplos importantes.
A carpa, embora exótica, é um peixe muito desportivo e que muitos pescadores procuram

Uma vez que não existem estatísticas disponíveis sobre o que se pesca em águas interiores, vou valer-me da minha experiência de pescador desportivo, com licença desde há trinta anos: Seguramente, 95% dos objectivos de pesca em água doce visam estas espécies e que como sabemos, até vivem preferencialmente em barragens construídas pelo Homem. Estes peixes são simplesmente as espécies mais procuradas pelos pescadores de água doce!

Onde começa o exotismo?
Importa para já referir que o primeiro a criar exotismos e prevaricar, é o próprio Homem que vem agora chama “exóticas” a estas espécies. A alteração ocorrida num rio, resultante da edificação de cada barragem que construímos, transforma um sistema lótico - de águas correntes, num léntico - de águas paradas e de imediato interrompe a migração reprodutiva das espécies autóctones como o barbo, a boga o sável, a enguia e a lampreia.
Refira-se que o sável e a enguia estão classificados “Em Perigo”e a lampreia “Criticamente em Perigo” no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, disponível no mesmo site do ICNB, embora continuem airosamente a fazer parte das ementas dos restaurantes ribeirinhos, frequentemente com direito a reportagem de televisão e tudo! Onde está a ASAE agora, para fiscalizar a forma como são obtidas estas espécies constantes do Livro Vermelho?
Alcácer do Sal. A verdemã, espécie constante no Livro Vermelho, é comercializada impunemente, sem qualquer controlo

As espécies exóticas como a carpa, achigã e a truta arco-íris, são as que mais se adaptam às águas paradas das albufeiras que construímos, podendo a truta arco-íris habitar também alguns sistemas de águas correntes, sendo certo que mais tarde ou mais cedo irá procurar águas calmas, se entretanto não for pescada. Não é curiosa esta realidade? Nós construímos as albufeiras e depois não queremos lá ter os peixes que mais se adaptam a elas, porque os que habitavam anteriormente esse espaço não se conseguem adaptar à mudança de habitat que lhes impusemos?
Para além disso, algumas espécies como a carpa e o achigã, pelo tempo que já estão entre nós, encontram-se já integrados nos nossos ecossistemas. Certamente com uma gestão adequada a cada género, não serão motivo de preocupações nem riscos ambientais. Por sua vez, as trutas arco-íris não são motivo para preocupações porque simplesmente não se reproduzem naturalmente, pelo que está de imediato controlada a sua existência no estado selvagem.
As carpas e os pimpões foram trazidos pelos Romanos quando se instalaram na Península, na mesma época em que Jesus Cristo vivia na Galileia. Se aos romanos desse período - que seguindo o mesmo ponto de vista, eram exóticos também - não se reconhecem qualidades de gestão piscícola, o mesmo não aconteceu com o achigã. Esta espécie foi importada para Portugal pelo Instituto Florestal, hoje Autoridade Florestal Nacional, não sem antes se ter feito uma avaliação exaustiva e possível à época, sobre a sua interacção com as espécies que possuíamos. O objectivo era regular as populações especialmente de carpas, que começaram a povoar as várias albufeiras que iam sendo edificadas em larga escala pelo Estado Novo, enquanto criava valor para a pesca desportiva. Ou seja, o achigã veio para realizar um trabalho! Foi depois aclimatado e só então utilizado para repovoar experimentalmente algumas albufeiras do sul do país, na década de 50 do século passado.
Como cidadão, parece-me uma enorme falta de respeito que alguém que nem sequer conhecemos, para além de ignorar as consequências das suas acções como é o caso dos ilustres promotores das Directivas Europeias, argumente que espécies que já existiam em Portugal quando eu nasci, sejam para aniquilar.
São grosseiramente ignorados também os proveitos económicos obtidos devido ao potencial destas espécies, quer em impostos para o Estado resultantes do comércio de material de pesca, combustíveis, alojamentos e refeições, bem como as receitas das Licenças de Pesca. Além disso, estes peixes são indiscutivelmente recursos alimentares particularmente acessíveis para as populações do interior, estando já enraizadas na cultura destas gentes, inúmeras variações gastronómicas que envolvem a utilização destes pescados.

E as autóctones?
Se por um lado se verifica uma preocupação deste organismo, sustentado por nós contribuintes, em erradicar as espécies que mais pescamos, não se enxerga qualquer simples esboço para preservar as nossas espécies autóctones.
Basta uma deslocação aos nossos cursos de água salmonídeos para constatar com tristeza a enorme quantidade de lixo cuja proveniência está identificada, preso nas árvores das margens que assim acabam decoradas com sacos de plástico de todos os géneros e cores.

Rio Zêzere, a 10 Km da nascente

As águas apresentam colorações diferentes consoante os dias. A espuma nos rios, passou a fazer parte dos quadros que a Natureza pinta para quem quer ver e só não vê quem vira a cara à realidade.
Os fundos das ribeiras passaram a estar totalmente preenchidos por um substrato castanho, que se eleva e turva a água quando pisado. Esta poeira líquida, proveniente das "modernas" e "eficientes" ETAR´s que construímos, só de há uns anos para cá passou a estar presente nas águas salmonídeas que frequento.
Por outro lado, a extracção de inertes não tem qualquer regulação eficiente e muito menos, fiscalização. É por demais conhecida a importância que os areais desempenham na reprodução das nossas espécies autóctones mais importantes que sobem os rios para desovar, como os barbos, bogas e trutas fário. O que dizer quando se assiste a invasões frequentes nos areais e com muito à-vontade desaparecem várias toneladas de areia, de forma descaradamente impune? Onde estão os elementos fiscalizadores dos nossos rios?
Outro aspecto importante e consecutivamente ignorado pelos organismos que deviam zelar pelas nossas espécies que sobem os cursos de água para desovar, é a questão das escadas para peixes das nossas albufeiras. Não, caro leitor as escadas para peixes, na generalidade das nossas albufeiras não funciona. A maioria está mal concebida, outras não são limpas periodicamente e quase todas estão muito degradadas, basta procurar estudos sobre este tema na Internet para confirmar a triste realidade.
Além de mais, a recente proliferação de mini-hídricas e açudes de praias fluviais, agudizou este problema de forma particularmente preocupante. Para cúmulo, boa parte das praias fluviais foi abandonada, quer por falta de qualidade da água, quer por falta de utilizadores e consequentemente deixaram de ser interessantes para uma exploração economicamente viável. Mas os açudes estão feitos e a barreira aos peixes migradores permanece…

Conclusão
Prepara-se a condenação à morte - é mesmo o termo, dos peixes que já vivem connosco há muito tempo. Mesmo há mais tempo, do que aqueles que agora determinam a sua condenação. De forma desprovida de qualquer sentimento que deveria ter, quem tem por missão “tomar conta” de espécies animais.
É certo que algumas espécies exóticas se tornaram pragas e não possuem o mais pequeno interesse, seja desportivo, gastronómico ou ambiental. Esses, de facto, e exceptuando o facto de estarmos a falar de seres vivos que não têm culpa dos antepassados terem sido trazidos para Portugal, não são uma mais-valia a qualquer nível. Muitas vezes torna-se pragas, como os alburnos, percas-sol ou os peixe-gato, pondo em causa outras espécies interessantes sob um qualquer ponto de vista.
Outros há que não são pragas, (digam-me onde há uma praga de achigãs por favor, porque irei lá já divertir-me…) e/ou têm interesses de qualquer género.
Esperemos que esta psicose patriótica não se estenda às batatas, ao milho e aos bifes de peru, porque também são todos exóticos. No supermercado, encontramos cada vez menos produtos nacionais e um simples saco de alhos chega-nos dum país do outro lado do mundo… porque já nem isso somos capazes de produzir.
Portugal tem reputação de bem receber os estrangeiros, quer venham para trabalhar ou para férias, porque ajudam a nossa economia. Será que não podemos fazer o mesmo com aquelas espécies piscícolas que nos são úteis?

Manifeste-se!
O site do ICNB tem disponível dois contactos de correio electrónico para que onde é possível o envio de comentários sobre este assunto. Aceda a www.icnb.pt, escolha a opção no separador à esquerda “Estudos e Projectos” depois “Espécies não Indígenas” e depois clique em “Processo em Revisão – Dec. Lei nº 565/99 – Base Técnica”. Para acesso directo, clique aqui. Quase ao fundo da página tem os dois endereços para que possa fazer chegar o seu comentário. O acesso é normalmente lento, mas não desista…

Texto publicado na revista "O Pescador" de Maio 2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Tiram-nos a água…

Clique na imagem para ampliar e ler a notícia do Jornal Expresso

O Jornal Expresso de 24 de Outubro publicou mais uma notícia sobre o problema da água no rio Tejo. A questão é recorrente, continua por resolver e as perspectivas nem são animadoras. O assunto prende-se pela água do nosso maior rio, que nos é tirada (porque é nossa) pelos nossos vizinhos, que controlam a torneira e nem passam justificações a ninguém e também pela péssima qualidade do líquido que nos despejam para cá.
Lamentavelmente o nosso país, em mais um acto de subserviência, cala-se e não reclama. O “nosso país” são os nossos responsáveis das instituições que deveriam controlar, verificar, e pedir responsabilidades a quem não cumpre o prometido e acordado por escrito, entre as partes. Alguém sabe porque é que a água do Tejo cheira mal, está verde todo o ano e desaparecem os peixes, dia após dia? Alguém pediu contas a alguém?



Que incompetentes temos nos organismos que tutelam a água, os caudais e a sua qualidade, que não fazem o seu trabalho? Como se permite que nos entreguem um esgoto, em lugar de um rio – o maior – que temos? Maior, por enquanto, porque pelos vistos em breve será apenas um fio de água castanho e moribundo.
Como pescador e conservacionista, repugna-me esta gente incompetente que não faz o seu trabalho e que continua todos os meses a receber um ordenado, pago também com os meus impostos. Por isso e como contribuinte, tenho o direito de não ficar calado!
Já em 2007, num dos primeiros post do blog, abordei este assunto, que se tornou mais preocupante desde então.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

RTP2 - Entrevista à ANPLED

A RTP2 dedicou no programa “Da Terra ao Mar” uma entrevista ao Presidente da ANPLED, João Borges.
Para quem não teve oportunidade de ver o programa, aqui fica o programa integral.


Entrevista da ANPLED from xpto xpto on Vimeo.

O peixe-agulha


O peixe-agulha (Belone belone), é uma espécie predominantemente costeira, vulgarmente encontrado em toda a costa portuguesa, em particular nos meses mais quentes do ano.
Pode formar pequenos cardumes, embora seja mais comum observarem-se dois ou três indivíduos próximos e em constante movimento.
O seu nome deriva do aspecto alongado do corpo, incluindo os maxilares, sendo o superior maior que o inferior e munidos com numerosos dentes afiados.
Possui escamas pequenas que facilmente se soltam quando lhe tocamos. A cor do dorso é esverdeada e o ventre branco prateado. São predadores muito activos, alimentando-se fundamentalmente de pequenos peixes que caçam em golpes de grande velocidade.
Quando presos no anzol, lutam com vigor e executam saltos fora de água, impressionantes para o tamanho que possuem.
A pesca
Pescar peixes-agulha é relativamente fácil e muitas vezes à vista: Com bóia podem usar-se iscos naturais, como um pedaço de sardinha ou qualquer outro peixe como a cavala e o próprio peixe-agulha, bem como pequenos peixes inteiros, como o peixe-rei.
Com artificias, é possível a sua captura com pingalins, amostras duras e de vinil, muitas vezes destinadas aos robalos.
Pessoalmente prefiro pescá-los à pluma, com linha #5 e pequenos streamers brilhantes. É das espécies mais fáceis de pescar na nossa costa e que mais gozo me dá devido à luta de proporciona, com corridas desenfreadas, saltos e deslocações apenas apoiado na extremidade posterior, enquanto mantém a restante fora de água sacudindo para se libertar. Um verdadeiro peixe de bico, em pequena escala…

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Como nasce um escaravelho…

Uma das plumas mais efectivas que usamos para a pesca de ciprinídeos, basicamente carpas e barbos e neste período do ano, é o escaravelho de espuma (foam, segundo a terminologia mosqueira).
Os que nós fazemos cá em casa são bastante simples e sobretudo baratos, uma vez que a espuma é obtida por corte em guilhotina (a de escritório serve perfeitamente) duns chinelos havaianos em promoção a 1€. Claro que escolhi o nº 45 por tem mais material…
Apesar da espuma só por si o fazer boiar, a aplicação do hackle facilita a flutuação, imita as patas do bicho quando visto da posição dos peixes e também o torna mais visível para o pescador.


Instalado o anzol no torno, faço uma camada de ida e volta de fibra de pavão, para dar na parte inferior da imitação, os reflexos metálicos que muitos escaravelhos possuem


Ata-se a tira de espuma, apertando bem


Vira-se a espuma para a argola do anzol a aperta-se com duas ou três voltas, para realizar o abdómen

Uma volta mais à frente repete-se, para concretizar o tórax do animal


E mais uma, para sugerir a cabeça



Umas voltas depois corta-se o excedente da espuma e aplica-se um pouco de cola cianocrilato



Meia volta atrás, prende-se o hackle


Cinco voltas de hackle depois prende-se a extremidade e corta-se o excedente



Finaliza-se o remate da linha e aplica-se mais um pouco de cola



E assim nasceu um escaravelho, que não passa de um conjunto de coisas intragáveis, mas que apanha peixes!

domingo, 11 de outubro de 2009

Nó Albright

O nó Albright é um dos nós mais conhecidos e sobretudo fundamentais em qualquer tipo de pesca. É utilizado para unir dois pedaços de linha, que podem ser do mesmo diâmetro, embora a sua particularidade seja o facto de poderem ser de diâmetros muito diferentes.
Tem aplicações tão diferentes que vão desde o spinning de mar, para unir o multifilar ao nylon do leader, ou na pesca à pluma para unir a cauda de rato ao terminal de nylon.






Aliás, foi-me extremamente útil numa recente jornada de carpas à pluma, particularmente azarada, em que até o terminal de ligação da cauda de rato se partiu, numa prisão num arbusto que estava atrás de mim.
Como a aplicação do terminal é trabalho de casa, feito com alguns requisitos como referi num texto passado, só me restou recorrer ao nó Albright para continuar a tentar pescar mais uns peixes.

Ainda assim, não me livrei duma valente tareia, por “não-sei-quantas/bué, a duas” proporcionada pelo meu filho, que ainda fez esta foto duma, com cerca de dois quilos.
Para esclarecer qualquer dúvida, há vídeos no You Tube bastante elucidativos, como por exemplo este, mais completo e com outro acabamento na parte final.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Carretos: Trutas e Surfcasting


Mais um claro contraste, entre duas técnicas de pesca que pratico, ao nível dos acessórios e mais um exemplo para a galeria recém-criada dos “Contrastes”:
- À esquerda um carreto Vega modelo Lupo 600, com capacidade de 100 metros de 0.18mm, quatro rolamentos e uma relação de recuperação de 5,2 voltas, por cada uma da manivela.
Utilizo-o na pesca de trutas, em spinning ultra-ligeiro, nas pequenas ribeiras do Interior. Uma pequena peça de relojoaria, como uso chamar-lhe…
- À direita, um Vega modelo TD 8000, com capacidade de 280 metros de 0.35mm, catorze rolamentos (!) e uma relação de recuperação de 4,5 voltas, por cada uma da manivela.
Utilizo-o na pesca de mar na modalidade de surfcasting, ou na pesca ao fundo embarcado. Um verdadeiro rebocador incansável, com uma suavidade de funcionamento verdadeiramente surpreendente e um enorme gozo de utilização.

sábado, 3 de outubro de 2009

Robalo azarado, com sorte

Estas férias, numa pesca de fundo em zona de areia, o meu filho capturou pequeno robalo, com cerca de trinta e poucos centímetros, que devido à escassez de peixe até teve direito a foto. À primeira vista nada tinha de especial, até ao momento em que o soltou da linha.
Já sem o anzol, repara que ainda há um pedaço de nylon que sai do peixe, com cerca de 50 centímetros e termina subitamente.
Seguindo o fio, rapidamente reparamos que lhe sai… justamente pelo ânus…
Numa inspecção rápida à cavidade bocal, nem vestígios de anzol…
Percebemos que o peixe esteve preso numa linha de pesca, partiu o estralho, que era entre os 0.20mm 0.25mm, continuou a alimentar-se enquanto foi também ingerindo o resto da linha, até esta sair pelo único sítio possível.

Não nos pareceu boa ideia puxar. Por isso cortamos a linha bem junto ao peixe, cremos que os ácidos estomacais e a água salgada ajudem a corroer o anzol, e se liberte aos poucos e finalmente, do piercing interno.
Foi libertado obviamente…Para além do azar que o persegue, o que é certo é que já esteve preso duas vezes e continua a viver, se não se deixou enganar novamente entretanto…
Só depois, ao vermos a foto em casa, é que reparamos que era possível ver as duas linhas no peixe, porque quando foi feita, ainda desconhecíamos a particularidade deste peixe azarado mas com sorte!

domingo, 27 de setembro de 2009

Medusa de água doce


Numa recente deslocação à albufeira de Idanha, constatamos um incrível boom de medusas de água doce, como já não se verificava há algum tempo. Estavam em todos os locais da massa de água e chegam a ocupar, num cálculo a olho e em alguns locais, mais de 30 indivíduos por metro cúbico. Já as tinha encontrado em algumas albufeiras, sempre no final do Verão e coincidência ou não, todas pertencentes à bacia hidrográfica do Tejo. Os conhecimentos que temos desta espécie entre nós são bastante escassos, mesmo na internet. Aqui fica mais um humilde contributo.

A medusa de água doce, ou alforreca de água doce, (Craspedacusta sowerbyi), ocupa todos os continentes e foi identificada primeiro em Inglaterra, em 1880. Tem a forma de um sino, com um diâmetro de 5 a 22 mm ou seja, no máximo, uma moeda de 50 cêntimos e um peso entre 3 a 5 g. Os inúmeros tentáculos capturam o alimento, detectam a luz e contribuem para a deslocação, podendo mover-se em todos os sentidos, graças às pulsações do corpo.
O habitat desta medusa é alargado a uma variedade de ambientes de água doce: os lagos de água doce, barragens, poços, pedreiras e rios, parecendo preferir a água calma. Este organismo compartilha os mesmos traços característicos da maioria das medusas: não possui cérebro, esqueleto, nem órgãos específicos de respiração ou excreção. O corpo é formado por 99% de água e o seu aspecto é gelatinoso, sendo muito difícil captura-las sem uma rede fina, sendo inofensiva para o ser humano.
A dieta das medusa de água doce consiste fundamentalmente de zooplâncton, de tamanho de 0.2 a 2.0. Usa os tentáculos para picar e paralisar a presa antes de a levar à “boca”.
Podem surgir durante os meses do Verão e Outono, sendo Agosto e Setembro os meses com maior probabilidade de ocorrência. As elevadas temperaturas da água mornas e a abundância de alimento, causam uma proliferação da espécie. Apesar disso, as medusas de água doce são imprevisíveis e podem parecer em grandes números um ano, não aparecer o seguinte, e voltar diversos anos mais tarde.

A sua reprodução é assexuada e a maioria de populações são estritamente macho ou fêmea. Em determinada fase da sua evolução podem entrar num estado de hibernação por diversos motivos de falta de condições de sobrevivência (frio, luminosidade, alimento) e fixar-se em tudo o que se encontra na água incluindo animais, sejam mamíferos ou aves. Esta particularidade é aliás uma das formas relatadas para a sua disseminação mundial.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Projecto Limpar Portugal


Vamos limpar a floresta portuguesa num só dia é o mote de um movimento cívico independente, iniciado entre nós através de um membro do Clube Português dos fãs dos Land Rovers.
A ideia original surgiu na Estónia e juntou no dia 3 de Maio de 2008 cerca de 50 mil pessoas, num país de 1,5 milhões de habitantes, que recolheram dez mil toneladas de lixo espalhado pelas florestas de todo o país.
A ideia foi copiada e em Abril deste ano, 150 mil cidadãos vizinhos da Lituânia e da Letónia puseram mãos à obra e conseguiram a mesma proeza



Video desta acção na Estónia

Entre nós a ideia vai ganhando corpo e aderentes, estando agendado já o dia 20 de Março de 2010 - tome nota na sua agenda - para limpar Portugal.

A organização faz saber que irá realizar a acção sem mexer num único euro, sendo os apoios prestados apenas e exclusivamente em bens e serviços relacionados com este objectivo.
Na rede social do movimento na internet pode criar e aderir a grupos já existentes, postar a sua opinião no fórum e sugerir ideias. Mais importante é a possibilidade de indicar as referências geográficas (coordenadas de GPS) dos pontos de lixo, para que sejam catalogados e posteriormente limpos pelas equipas de voluntários no dia PLP.
No site oficial do Projecto Limpar Portugal pode ainda obter mais informações sobre este projecto.
Obviamente, o Instantes associou-se de imediato à divulgação da iniciativa porque toda a água que cai nas florestas, vai sempre ter a um rio! Convém que chegue pura...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Subaquáticas de férias

Depois de um sempre curto período de férias, aqui ficam mais algumas fotos subaquáticas em água salgada, obtidas num par de mergulhos, apenas de máscara e sem mais qualquer outro equipamento.
Alguns peixes e outros seres vivos, registados em condições de pouca luz e com a água mais turva do que seria desejável.
De qualquer forma, é um observar de perto e olhos nos olhos, dos seres vivos daquele mundo líquido.


Um pequeno camarão e uma ostra, em pleno trabalho de filtração dos nutrientes


Bexiga do mar


Cardume de peixes-rei


Sargo comum


Caboz curioso, que veio "cuscar" o meu dedo...



Sargo-safia


Budião


Cardume de taínhas


Caboz

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Salmões na cidade


Segundo notícia da National Geographic, este ano, pelo menos um milhar de salmões do Atlântico passaram por Paris, durante a sua migração reprodutiva.
O rio Sena possuia uma grande população de salmões, mas a poluição iniciada no século IXX quase exterminou o peixe nestas águas.
O salmão do Atlântico é umas das espécies de peixes mais ameaçada na Europa. Depois que um esforço de 25 anos a limpar o rio e desintoxicar as suas águas, estes peixes estão a regressar, para a sua viagem anual de cerca de 150 quilómetros desde o mar.
Em 1995 apenas cinco espécies de peixes resistiam às águas poluídas mas graças aos esforços de limpeza podem agora ser encontradas 32 espécies de peixes, sendo a reaparição dos salmões, a mais importante.
Parece que a Natureza consegue perdoar os nossos exageros…
Veja a notícia completa aqui.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A dourada


A dourada (Sparus aurata) é um dos peixes mais procurados pelos pescadores portugueses. Pertence à extensa família Sparidae, tal como os pargos, sargos, safias ou gorazes. Possui uma dentição muito completa, com dentes incisivos e cortantes, bem como molares destinados a esmagar com facilidade as conchas e moluscos que são a base da sua alimentação.

Têm como habitat os mares tropicais e temperados, sendo bastante abundante no Mediterrâneo e Atlântico.
As grandes douradas tendem a ser solitárias e sedentárias ou a constituir pequenos cardumes, enquanto os juvenis formam grupos de maior dimensão, sem no entanto ultrapassar elevado números de indivíduos.
Vive habitualmente junto à costa, reproduzindo-se no Verão. Pode atingir em média os quatro ou cinco quilos, havendo também notícias de exemplares de maior dimensão.

Pesca
A dourada é um peixe que pode ser pescado com uma enorme variedade de iscos e de diferentes modalidades. Desde os vermes, como a minhoca branca, o casulo, coreana, os bibis, a salsicha ou o minhocão, estes últimos característicos do Algarve, ou os crustáceos como o caranguejo pequeno ou em pedaços, o ouriço, o lingueirão, o camarão ou os ermitas, tudo serve de alimento a este peixe.
Quanto às técnicas, é mais fácil referir a importância para a sua pesca, dos locais onde marca presença, do que as técnicas em si.
Como tal, pode ser pescada nas modalidades de surf-casting, bóia, chumbadinha, embarcada, etc. desde que o local escolhido seja da sua preferência.

domingo, 16 de agosto de 2009

Diferentes, mas iguais

Rapala CountDown Magnum 26cm/130 grms, com dois anzóis duplos 10/0 e Rapala Original Floating 3cms/2 grms, com dois anzóis triplos nº 12

Como desde sempre gostei de pesca e já lá vão mais de trinta anos de pescarias, não duma só pesca mas de pesca no seu âmbito por mais generalizado que se possa imaginar, acabo por ir coleccionando alguns artigos que são verdadeiros contrastes em termos de tamanho, consoantes as espécies a que se destinam.
A minha paixão verdadeira vai para a pesca com iscos artificiais, sejam eles uma zagaia de 180 gramas, ou uma pluma que imita um mosquito montado num anzol nº 20, cujo peso nem se consegue obter numa balança vulgar.
Como tal, vou juntando ao meu espólio de artefactos piscatórios, verdadeiros opostos em termos de tamanhos, sejam eles carretos, canas ou amostras ou anzóis.
Para primeira mensagem relacionada com este tema que não vai passar de um conjunto de curiosidades, aqui ficam duas amostras da marca Rapala, para pescas tão diferentes como a pesca aos atuns no mar, ou a pesca às trutas nas pequenas ribeiras do interior.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Multifilamento Spiderwire Invisibraid




Desde o surgimento das linhas multifilares construídas com fibras ultra resistentes, que tenho experimentado diversas marcas e tipos, em diferentes situações de pesca quer em água doce, quer em salgada.
Com efeito, há mais de quinze anos quando fiz os primeiros lançamentos com um multifilar, disse que aquela linha nunca iria vingar no mercado, a menos que evoluísse muito…
Os lançamentos eram curtíssimos, devido ao enorme atrito nos passadores, a cor em amarelo fluorescente afugentava qualquer peixe num raio de pelo menos cinco metros e ao recolher, ouvia-se um ruído estranho a que não estava acostumado.
Após estes anos todos, atingimos provavelmente o ponto em que podemos dizer que os multifilares podem começar a destronar sem esforço e com muitas vantagens, o fio monofilamento.


Testamos na modalidade de spinning de mar, o multifilar Invisibraid, da Spiderwire, no diâmetro de 0.17mm, que suporta 18 Kg de peso. A cor desta linha é branca ou opaca quando seca, tornando mais suave depois de molhada, o que a converte numa cor mais discreta.
O enchimento inicial da bobina foi normal, apresentando-se bem acamado, sem algumas laçadas largas a surgir por baixo, como acontece com alguns que já usei.
Faltava o teste de campo, nos lançamentos e os combates com os peixes, onde as linhas mostram realmente aquilo que são, ou naquilo em que se tornam, após alguns lançamentos. É nessa ocasião que surgem as temíveis “cabeleiras” que no caso dos multifilares são particularmente aborrecidas e capazes de destruir de uma só vez o resto do dia de pesca. Não foi o caso…


Os lançamentos são fluidos e descontraídos, porque esta linha desliga nos passadores com uma facilidade indescritível, atingindo-se por isso distâncias outrora impensáveis com um monofilamento.
Em combate, permite também uma recuperação bastante suave, com o ruído característico nos passadores a ouvir-se de forma discreta e até agradável por tornar audível a guerreia com os peixes. A espectacular resistência desta linha – uma das maiores do mercado - é aqui fundamental para nos dar segurança na luta com os peixes.
A bobinagem mesmo na recuperação com amostras mais leves é equilibrada e sempre sem folgas, o que é meio caminho andado para evitar as cabeleiras no lançamento seguinte.
Neste caso, mesmo após vários dias de pesca, apenas surgiu uma pequena cabeleira, claramente formada por distracção minha na recuperação anterior. Ainda assim, foi fácil resolver com a ajuda de um palito de madeira, que existem sempre na caixa, uma vez que têm de várias aplicações na pesca.
A Spiderwire é uma marca que pertence ao grupo da Pure Fishing e é representada em Portugal pela firma Amadeu Carneiro, Lda.