"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

segunda-feira, 31 de março de 2008

Caça e Pesca na TV Cabo



A ZON Multimedia vai passar a emitir a partir de hoje, um canal dedicado aos amantes da caça, pesca e natureza, na grelha de canais Premium da TV Cabo.
O Caça e Pesca é um canal com uma programação diversificada, sobre o mundo da Caça e Pesca que se praticam na Península Ibérica, dirigido tanto a apaixonados como ao público em geral.
Desde hoje e até 30 de Abril, o Canal Caça e Pesca, será emitido em sinal aberto para todos os Clientes com power box, excepto Clientes Selecção da rede Cabo.
Para mais informações, deverá ser consultado o site da ZON, no espaço dedicado a este assunto.

domingo, 30 de março de 2008

Trutas à chuva


Qualquer pessoa de bom senso, hoje não sairia da cama para ir pescar.
O céu cinzento-escuro, o vento desagradável e a preguiça, não eram bons conselheiros, para um dia de trutas, porque seria lidar directamente com água por cima e por baixo.
Mas como teimosos, ou como agora se diz, persistentes, lá fomos pescar numa ribeira que não visitávamos há mais de três anos.


Para nosso contentamento, a água continua cristalina e pura, porque felizmente não tem nenhuma dessas modernas ETAR´s para a contaminar, com toda a espécie de porcaria que nós humanos, fazemos.
Pescamos umas quantas, pequenas, mas atrevidas e endiabradas, debaixo de uma tempestade de vento e chuva que tendeu a desaparecer para o final da manhã.
Ficou prometida uma próxima visita, desta vez à pluma, embora todas aquelas árvores da ribeira já se estejam a preparar para a decoração da próxima quadra natalícia e ainda faltam uns meses largos…

quinta-feira, 27 de março de 2008

Novo monstro marinho identificado


Foi recentemente encontrado numa mina no Canadá, a cerca de 60 metros de profundidade, um fóssil marinho particularmente bem preservado.
Segundo os paleontólogos, este animal com cerca de 2,60 metros de comprimento e nitidamente adaptado ao meio aquático, viveu no período Cretácico entre 205 e 65 milhões de anos atrás e pertence à família dos Plesiosauros, que abandonaram os oceanos para se tornarem carnívoros terrestres.
É particularmente interessante o facto de este fóssil apresentar algumas semelhanças com as tartarugas marinhas, nomeadamente os meios de locomoção, bem como o pescoço alongado semelhante ao actuais e bem conhecidos lagartos.
Notícia completa na Nathional Geographic.

terça-feira, 25 de março de 2008

Trutas à mosca



A truta comum é o peixe autóctone mais selvagem, desconfiado e lutador das nossas águas interiores. Em início de temporada, vale a pena espreitar a forma de as tentar, que mais tradição tem por esse mundo fora...
Pegar num pequeníssimo anzol nº 18, num monte de penas de aves e fazer uma montagem que consiga convencer uma truta que está a ver um insecto... é obra! É realmente o que se passa quando pescamos à pluma ou vulgarmente dito, “à mosca”.
Esta é uma pesca realmente diferente em todos os aspectos e para muitos o máximo estado de graça que alguém pode atingir na pesca de trutas. No entanto, é virtualmente possível pescar qualquer tipo de peixe com esta técnica e com as devidas adaptações: barbos, carpas, bogas, achigãs, lúcios e no mar as tainhas, cavalas, agulhas, carapaus, atuns, robalos, anchovas, etc…
As canas para pescar trutas possuem entre sete e nove pés ou seja respectivamente dois metros e dez e dois metros e setenta. São bastante finas e flexíveis, existindo no entanto de vários tipos de acção. Os passadores do fio são reduzidos à mínima expressão, um pequeno pedaço de arame retorcido e aplicado na cana. O punho obrigatoriamente de cortiça, tem no extremo oposto ao da cana, o porta carretos.
Os carretos são mais um elemento de extrema simplicidade. Não possuem desmultiplicação e alguns, nem sequer embraiagem. Pretende-se o máximo de leveza e funcionalidade, servindo apenas de armazém para as trinta jardas de fio, cerca de vinte e sete metros, tamanho normalizado para esta pesca.
O fio especial e conhecido por cauda de rato é o verdadeiro responsável por projectar os iscos praticamente sem peso, a uma ou duas dezenas de metros. Este fio que pode ser de vários tipos tendo em conta a distância e o tipo de pesca, possui acoplado baixo de linha, onde se liga o isco e é constituído por um fio de nylon de diâmetro decrescente, cujo papel é o de manter a transmissão da energia do fio até ao isco e proporcionar uma apresentação mais discreta, permitindo um poisar suave e natural da pluma.
As os iscos representando insectos que vivem no rio e que servem de alimento às trutas que aí habitam, são normalmente imitados com minuciosas e pacientes montagens efectuadas com penas de uma infinidade de aves, pêlos de animais, ráfia, nylon, fio de cobre e/ou chumbo e cada vez mais materiais sintéticos.

Em cima, imitação de ninfa de tricóptero e em baixo, o mesmo insecto na fase alada

Fazem parte do dialecto de montagem: orelha de lebre, rabo de pato (cul de cannard ou CDC), pescoço de galo, pena de cauda de faisão, fios de lã, pena de pavão, linha de seda, pena de marabu, etc., uma verdadeira macedónia de matérias primas, que passo a passo, dão origem á imitação quase perfeita do insecto que irá trair a truta.
Lançar a uma distância suficiente longa para que a trutas não nos detectem, num rio de águas límpidas, com um isco sem peso, não se afigura à partida tarefa muito fácil. O papel principal de impulsionador deste isco artificial até ao local desejado, pertence à cauda de rato. Este fio deve estar em perfeita harmonia com a cana, sendo também esta elemento importante no desempenho do lançamento. Por exemplo, para uma cana número cinco (#5) é de todo recomendável que se use uma linha cinco, sob o risco de o conjunto não funcionar optimizado.
Assim, este lançamento é efectuado à custa do peso da cauda de rato que se faz voar em falsos lançamentos que permitem o distender da linha, antes da finalização, em que todo o conjunto cai suavemente na água. Esta técnica exige algum treino que convém ser feito junto à água e num espaço desprovido de obstáculos nas proximidades. O melhor para o principiante é descobrir alguém que o auxilie nos primeiros passos, tornando-se depois o progresso muito mais fácil.
Lançar bem, é pois a verdadeira essência da pesca à pluma, como referiu um dos mestres desta apaixonante modalidade!

Texto da minha autoria, publicado no Correio da Manhã de 17 de Março de 2002

quinta-feira, 20 de março de 2008

O ruivaco

Rio da Areia

O nosso ruivaco

Este pequeno peixe, normalmente conhecido por ruivaco dá pelo nome cientifico de Rutilus macrolepidotus embora recentemente o seu nome tenha sido alterado para Chondrostoma oligolepis. Trata-se de uma espécie residente sendo um endemismo lusitânico - só existe em Portugal. Possui actualmente um estatuto de conservação pouco preocupante.
Como já referido, ocorre apenas no nosso país e nas regiões biogeográficas Mediterrânica e Atlântica.
O conhecimento sobre a distribuição desta espécie é escasso, por ser difícil de distinguir da sua congénere C. arcasii.
A sua ocorrência está confirmada nas Bacias do Douro, Entre Douro e Vouga, Vouga, Mondego, Liz, Ribeiras do Oeste e Tejo. Ocorrência possível nas bacias do Âncora, Lima, Neiva, Cávado, Ave e Leça.
Habita geralmente águas de pouca profundidade e é resistente à falta de oxigénio É uma espécie que não é habitual em albufeiras.
A alimentação é baseada principalmente em invertebrados aquáticos e reproduz-se entre Abril-Junho. A maioria dos indivíduos atinge a maturidade sexual no segundo ano de vida.
Principais Ameaças: A poluição resultante de descargas de efluentes não tratados de origem industrial ou urbana, a par com fontes de poluição difusa devidas à intensificação da utilização de pesticidas e fertilizantes na agricultura, cria situações de elevada eutrofização do meio, com a consequente perda da qualidade da água, podendo levar a situações de elevada toxicidade, com maior repercussão nos períodos de estiagem.
A extracção de materiais inertes e destruição da vegetação, tornam as zonas intervencionadas impróprias como locais de abrigo, alimentação e desova, sendo particularmente grave se efectuada nas zonas e épocas de desova da espécie. Durante os trabalhos de extracção há ainda um elevado aumento da turbidez da água num troço considerável a jusante, o que pode provocar a asfixia dos peixes (devido à deposição de partículas nas guelras) e a colmatação das posturas, podendo causar mortalidades importantes em todas as fases do desenvolvimento da espécie. No norte e centro do país existem inúmeras barragens e mini-hídricas já construídas e continua a verificar-se uma grande pressão para a construção de mais destas infraestruturas.
A construção de barragens e açudes provoca também a conversão de um sistema lótico em lêntico, com a consequente alteração dos parâmetros físico-químicos da água e das comunidades animais e vegetais. Para além disso, a eutrofização que se verifica em grande parte das albufeiras pode tornar estas áreas impróprias como habitat desta espécie. Também a fragmentação das populações, com consequências a nível de perda de variabilidade genética. Mesmo quando existem sistemas de passagem para peixes, os animais têm dificuldade em transpor os obstáculos em ambos os sentidos.
A alteração do regime de caudais a jusante, a qual depende do regime de exploração da barragem, reflectindo-se na redução do caudal, na sua homogeneização ao longo do ano ou na ocorrência de flutuações bruscas. A diminuição do caudal a jusante reduz o habitat dulciaquícola disponível, com a consequente perda de locais de crescimento, alimentação e desova.
Fonte: ICN – Plano Sectorial da Rede Natura
Fotos: Alexandre Franco

domingo, 16 de março de 2008

As Popper´s


A popper é um isco artificial já bastante conhecido entre nós que tem como característica mais evidente o facto de possuir na zona frontal, uma concavidade que a caracteriza fisicamente, bem como o seu funcionamento. Com efeito, é a “boca“ que estas amostras possuem, que ao ser utilizada em acção de pesca, produz o som que vai atrair os achigãs ou qualquer outro predador e fazer com que a ataquem com violência.
Existem num sem número de modelos, cores e tamanhos. As que se usam habitualmente para pescar achigãs medem entre seis a dez centímetros. As cores mais comuns, são quase sempre claras e bem visíveis – branco, verde alface, amarelo vivo, vermelho, laranja, dourado e prateado – para que facilmente sejam detectadas pelo peixe. A “boca”, em muitos modelos está pintada de vermelho ou laranja. Em situações de pouca luz ou em dias sem sol, as cores mais escuras produzem melhores resultados.
Os modelos variam muito pouco e embora sejam fisicamente semelhantes, existem em inúmeros modelos e tamanhos para todos os gostos.
Para que estas amostras produzam o efeito desejado, devem ser “trabalhadas “. Quer com isto dizer que é necessário dar toques com a ponteira da cana, para que se faça ouvir o som produzido pela tal concavidade da amostra.
No lançamento, as preocupações vão para a suavidade da queda do isco na água, e precisão na colocação da amostra no local desejado. Após o lançamento, devemos esperar dois ou três segundos antes de começar. Com a ponteira da cana na horizontal ou até um pouco mais baixa, damos um pequeno toque de ponteira para que o isco faça um som parecido com “buuac”. Passados alguns segundos – um ou dois – novo toque de ponteira. Depois outro. E assim sucessivamente até que a amostra chegue próximo de nós. Este tipo de toques pode-se considerar o mais normal. Contudo, sem considerar as variantes, existem mil e umas formas de executar este trabalho.
Quando a água está espelhada, sem vento, os toques devem ser mais suaves e muitas vezes a pausa é substituída por pequeníssimos toques de ponteira, que sem produzir som, fazem apenas “mexer” a amostra, transmitindo a sensação de que se trata de um ser vivo e tenta desesperadamente sair da água, onde caiu. Numa situação de algum vento os toques serão mais enérgicos, para que os sons sejam mais audíveis pelo peixe. Nestas condições, a própria ondulação faz mexer a amostra, evitando-se os pequenos toques atrás referidos.

E já agora, não se esqueça: Pratique o Pescar e libertar para a pesca não acabar!

quinta-feira, 13 de março de 2008

O Rei Robalo


Conhecido e cobiçado por todos, esta espécie de elevado interesse gastronómico, movimenta uma verdadeira legião de pescadores, que tem sempre em mente a captura de um grande exemplar, digno de registo.
Este peixe, com o nome científico Dicentrachus labrax, é um dos grandes predadores de água salgada e uma das espécies mais perseguidas pelos pescadores de costa. No entanto, encontra-se com facilidade e bastante frequência junto á foz dos rios e inclusive dentro do próprio rio onde procura os pequenos peixes, vermes e crustáceos que são a base da sua alimentação.
O aspecto do robalo é o de um peixe poderoso e resistente nadador, pelo que contribui fortemente a sua configuração fusiforme e hidrodinâmica. A sua barbatana dorsal e os opérculos apresentam espinhos aguçados que podem por descuido, ferir o pescador mais desatento. O peso máximo que pode atingir está estimado em cerca de uma dúzia de quilos, para um tamanho de um metro e meio aproximadamente, de comprimento.
Na zona dorsal, apresenta uma coloração mais escura, mas brilhante, sendo a pouco e pouco cada vez mais clara até ao branco da região ventral. De cada um dos flancos apresenta bem visível um “risco”, da cabeça á cauda. Trata-se da linha lateral com a função de detecção de vibrações provenientes das eventuais presas e de tudo o que o rodeia.
O seu habitat ou as localizações preferidas são necessariamente locais de correntes aquáticas ou água em movimento. Daí a sua preferência pelas desembocaduras dos rios no mar. Também as zonas rochosas com forte rebentação que descola os crustáceos das rochas e revolve as areias, pondo a descoberto uma infinidade de seres vivos, atraem este peixe.
Na pesca, os iscos artificiais, vão cada vez mais conquistando um maior número de adeptos na pesca do robalo. Desde o simples e barato pingalim aplicado num estralho com uma bóia de água ou chumbada, até às imitações de peixes, mais ou menos perfeitas e equipadas com anzóis triplos, são todas formas eficazes de pesca. Também as conhecidas zagaias metálicas dão bons resultados. Estas opções são as mais utilizáveis em qualquer tipo de local.
Para pescas com iscos naturais são de referir todo o tipo de minhocas de mar, para pescar nas praias de areia (surf-casting), com destaque especial para a pequena minhoca, chamada “de sangue” de coloração vermelho vivo.
Pescar robalos, exige principalmente conhecer bem os locais e os hábitos alimentares dos peixes que aí se deslocam para comer. Ou seja, na foz de um rio será talvez mais lógico pescar com a “camarinha”, do que com metade de uma sardinha num anzol nº 2. No entanto, a pesca não tem regras e aí reside precisamente um dos seus encantos.
Fundamentalmente, devemos possuir sensibilidade para estudar o local, pedir conselhos ou “espiar” quem já lá pesca e o que usa, para que os resultados sejam minimamente positivos.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Bill Dance bloopers - Cenas III


Como já há algum tempo não postava mais umas cenas do profissional americano Bill Dance, aqui ficam mais duas, uma delas com um anzol triplo dum crankbait espetado num pé.

Bill Dance a pisar um crankbait só pode rivalizar com ele próprio, a espetar um anzol triplo dum crankbait no nariz!!!!!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Unir multi-filamento a mono-filamento


Um dos nós mais úteis que podemos empregar na utilização de fio multifilar - também chamado multi-filamento ou entrançado - é quando precisamos uni-lo a um estralho ou baixada de fio mono-filamento.
Nestas circunstâncias e quando surgiu o multi-filamento, vulgarmente os fios “corriam” e o nó desfazia-se, ou teríamos que executar uma laçada em cada um e ligá-los dessa forma.
Depois de terem surgido nas tertúlias de pescadores, inúmeros tipos e modelos de nós para esta situação, chegou-se a esta forma de atar, evolução de todas as versões anteriores.
É facílimo e rápido de fazer, mas sobretudo eficaz, porque não tem nenhum nó que fragilize a resistência de qualquer um dos fios.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Cenários de trutas








Pescar trutas é muito mais do que tentar apanhar peixes astutos, pouco abundantes e com pintas vermelhas e castanhas, como se tivessem varicela.
Pescar trutas é ter acesso a locais absolutamente fantásticos, únicos e inesquecíveis.
É poder andar na água gelada sem ter frio, poder tomar banho ao ar livre em pleno Inverno...
Aqui ficam alguns desses locais.

domingo, 2 de março de 2008

Trutas, raras...


Dia 1 de Março é dia de abertura oficial para a pesca à truta. Oficial, porque para muitos a época já abriu há muito tempo. Por toda a zona centro e norte do país, alguns aficionados desta pesca percorrem as margens de ribeiros com águas cristalinas e frias à procura de um peixe difícil, arisco, lutador e cada vez mais raro.
É uma pesca difícil, esta. É difícil percorrer as margens cheias de matagal, silvas e árvores tombadas pelas cheias, ainda do ano passado. Pescar uma truta também é difícil. Especialmente porque este peixe é perseguido pelo Homem, que também lhe suja as águas com resíduos e com as modernas ETAR´s. Nota-se um sedimento no fundo, que decididamente não faz parte do habitat de uma truta.
Nota-se nas margens a erva pisada recentemente em locais inacessíveis, em carreiros feitos por pessoas que não vão lá apenas para ver a água.
Pena é que o ICNB – Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade que preconiza uma desprotecção das espécies exóticas, como o achigã e a carpa, não se preocupe minimamente em proteger as espécies autóctones, como a preciosa truta.
O resultado de uma manhã de pesca de três pescadores saldou-se numa truta “especial”, com cerca de trinta centímetros que foi cuidadosamente devolvida à água. Especial, porque é mesmo única, uma vez que tinha uma enorme pinta preta, com cerca de um centímetro e meio, no seu lado esquerdo.