"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

sábado, 28 de março de 2009

Obrigado 30.000 Visitantes!


Este espaço atingiu as 30.000 visitas, em 430 dias de contabilização!
Em média, 70 páginas por dia foram visitadas, sendo 76% acessos efectuados a partir de Portugal e 18% do Brasil, seguindo-se os Estados Unidos, Espanha e Suíça. O blogue já foi visitado a partir de 68 países, que deixaram as suas bandeiras nos arquivos deste espaço.

Tem-se verificado um crescente ritmo de acesso, tendo-se atingido mais de trinta e cinco por cento de acessos este mês, relativamente ao mesmo mês do ano passado.

Lamentavelmente, estes últimos meses não tenho tido disponibilidade para colocar tantas mensagens como gostaria, devido a um compromisso assumido por mim, noutro âmbito pessoal. No entanto, esta fase terminará na próxima semana, pelo que terei novamente oportunidade de postar com mais frequência, assuntos relacionados com a pesca, a natureza e alguma fotografia…

Mais uma vez, a todos os que visitaram e visitam o nosso espaço, o meu MUITO OBRIGADO!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Naturalentejo em Beja

Clique no cartaz para ampliar

Vai decorrer em Beja de 27 a 29 de Março, com organização da Aventura Visual - Produção de Conteúdos e Eventos e da Câmara Municipal de Beja, um certame sobre Caça, Pesca e actividades de Natureza, denominada Naturalentejo.

A iniciativa pretende reunir estas actividades, não só através de uma exposição/feira com empresas e entidades representativas dos sectores, mas também e principalmente através de uma série de actividades integradas no programa deste evento.

De entre as actividades que irão decorrer são de destacar as seguintes:

- Torneio de Santo Humberto;
- Largada de caça;
- Concurso de pesca;
- Prova de tiro aos pratos;
- Corrida de galgos;
- Demonstração de tiro com arco;
- Demonstração de cães de parar;
- Demonstração de aves de rapina;
- Demonstração de tiro com ar comprimido;
- Demonstração de trabalho com podengos;
- Garraiada alentejana;
- Colóquios;
- Concurso de fotografia;
- Concurso de produção artística e literária;
- Original concurso de farnel;
- Etc.

Além das mencionadas exposição e actividades, o certame contará ainda com a animação própria de um espaço destinado a tasquinhas e com espectáculos musicais onde se destacam os bejenses "Rastolhice" e uma noite de fados com António Pinto Basto, Margarida Bessa e Silvino Sardo.
Para mais informações consulte o site da Naturalentejo.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Desta vez fomos ao Zêzere...



Embora conscientes que nada estava a nosso favor, decidimos ir pela primeira vez, pescar trutas ao Zêzere, lá para os lados do Sameiro. O dia estava luminoso e quente, confirmando a chegada oficial da Primavera uns dias antes, mas pouco favorável para pescar “pintonas”.
Saímos já tarde e fomos devagar, porque só assim se pode desfrutar de tudo, sem stress e sem a vontade de estar já junto à água para pescar logo às 5 da madrugada...
Para além disso, tínhamos convencido a mãe, ainda em período de convalescença após a cirurgia, a ir connosco, argumentando que era mais uma forma de preparar o seu regresso ao trabalho...
Não fazíamos ideia onde íamos pescar, porque desconhecíamos por completo a zona. Após uma volta de reconhecimento, entramos num dos acessos à água.
Vadeadoras vestidas, cana preparada e ainda eu não tinha fechado o carro já o ZP estava a fazer os primeiros lançamentos no meio do rio.
- Perdi mesmo agora uma pequena que se soltou, diz ele nervoso…
- O quê, já? É mau sinal…
Entramos um troço bastante largo, baixo e composto por calhaus grandes, eu do lado direito e ele do lado esquerdo do rio. Aqui podemos pescar à pluma sem grandes preocupações porque as arvores estão bem afastadas das margens, ao contrário das ribeiras onde pescamos mais vezes, que são completamente fechadas.
Mas nada de novo, ao fim de uns oitocentos metros de pesca. Entretanto, são horas de uma pausa para comer a sandes que vinha na mochila que a mãe carregava… Como sempre, o ZP nem come descansado e desaparece logo para a água.
Mas logo depois surge a dizer que perdera uma truta de bom tamanho. A mãos tremem-lhe e amaldiçoa o 0.14 que não resistiu ao arranque do peixe.
-Pai, era uma truta com uns trinta e cinco centímetros, tinha-a visto a comer á superfície e lancei. Atacou logo…
Brinquei com ele, para descontrair e disse-lhe que havia mais na água…
Eu recomeço numa pequena queda de água, desta vez com uma imitação de larva de tricóptero, bichos particularmente abundantes nestas águas. Ao acompanhar a linha na corrente, sinto um leve puxão e ferrei.
-Tenho umaaaa…. avisando a minha equipa. O peixe luta contra a corrente, volta ao remanso onde estava, volta à corrente e rende-se, após mais algumas voltas. Depois deixa-se apanhar pela minha mão que o aguarda já molhada, para que o contacto não lhe retire o muco protector, permitindo uma libertação com o máximo de probabilidades de sobrevivência…


- Epá, bonito peixe! - diz o ZP. E é de facto. Pena que ninguém os proteja e lhes suje a casa com tudo o que é mau para eles.
Duas fotos, anzol retirado com cuidado e aí vai ela outra vez para a água, até que se deixe enganar outra vez, o que espero piamente mais nunca aconteça… Assim fica no rio mais um exemplar reprodutor para que tente manter a sua espécie, apesar dos maus tratos que o Homem inflige diariamente ao seu habitat.
Minutos mais tarde o ZP captura uma pequenina com uma mosca seca, em imitação de tricóptero na fase alada, sendo este o último peixe que capturamos nesse dia, apesar de termos visitados vários locais durante a jornada.


Fica-nos também neste belo rio, a sensação do desperdício de recursos naturais a que está votado o nosso país. Há manifestamente muita falta de trutas nos nossos rios salmonídeos. Infelizmente e mais uma vez, o Estado a quem pagamos as nossas licenças de pesca, está-se nas tintas para as suas responsabilidades, deixando um património natural valioso e único, desaparecer de ano para ano.

E não há AFN, nem ICNB, nem SEPNA, nem treta de organismo nenhum que ponha termo a este delapidar duma espécie autóctone. Se os senhores do ICNB se preocupassem minimamente com as nossas espécies autóctones, em vez de se preocuparem em erradicar as exóticas interessantes - como o achigã, faria um trabalho valioso e estaríamos no caminho certo.
Curiosamente, nunca vi na minha vida um rio tão próximo da nascente, com tamanha quantidade de plásticos nas suas margens.

IMPRESSIONANTE, é a única palavra que me vem à cabeça… Não há um palmo de margem, que não tenha um pedaço de plástico, nos vários locais onde pescamos nesse dia. Alguns exemplos para ilustrar...


Onde andam os responsáveis por esta TAMANHA PORCARIA? Onde estão as entidades fiscalizadoras do ambiente?
Como é possível chegar-se a este ponto, no rio que alguns quilómetros a jusante abastece Lisboa ou seja, três milhões de pessoas?
Decididamente e feita a avaliação final, nada nos motiva a regressar…

segunda-feira, 16 de março de 2009

A união da "cauda de rato" ao terminal


Quando comecei a pescar à pluma há cerca de 10 anos atrás, tive uma enorme dificuldade em perceber de que forma se poderia unir a linha principal ou cauda de rato, ao terminal de nylon onde se empata o isco artificial.
A internet não era ainda tão acessível como hoje e além disso, não existia tanta informação na própria internet, precisamente por não ser tão acessível. Felizmente as coisas mudaram…
Este método, de todos os que conheço, parece-me ser o que tem a mais discreta apresentação no contacto com a água. Utiliza uns ligadores apropriados, que podem ser adquiridos nas lojas de venda artigos de pesca à pluma. O senão é a dificuldade em encontrar destas lojas no nosso país, sendo provável que tenhamos que recorrer às lojas on-line, porque ainda assim, estes adereços não estão muitas vezes disponíveis nas lojas nacionais.
Vamos precisar de um pedaço de lixa de grão 300 mais ou menos, tesoura e cola de cianocrilato, vulgo super cola, o ligador e uns quarenta centímetros de nylon grosso.
Em primeiro lugar, passo um pouco a lixa na linha para criar alguma rugosidade e facilitar a colagem. Este aspecto é de particular importância visto que, como se percebe, estas linhas são lisas para que os lançamentos sejam longos.


Depois insiro o ligador na linha, coloco um pouco de super cola e deixo secar, limpando o excesso com um pedaço de papel absorvente.


De seguida, faço uma laçada com nylon grosso e passo pela argola do ligador. A ideia é que sirva de guia para a inserção da manga de finalização do ligador.


Coloco o pedaço de manga, puxando pelo nylon guia e levando-o até ao final de forma a rematar o final do ligador, uma vez que este tem bastante tendência para se desfiar.



Dependendo da marca do ligador, esta manga por vezes é termorectrátil o que quer dizer que não é necessário o nylon para a colocar, porque tem um diâmetro bastante maior, sendo depois aquecida no local exacto com um isqueiro. Neste caso é de silicone, daí a necessidade do nylon porque é de diâmetro menor e por isso difícil de correr no terminal. Aplico mais um pouco de cola nesta zona e limpo o excesso.
A super cola deve ser utilizada com moderação, como por exemplo aplicada em “círculos” à volta da linha. Se for usada em grandes quantidades ao longo de todo o ligador, o extremo da linha perde flexibilidade, porque adquire a forma curvilínea quando está enrolado no carreto.

Bom trabalho!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Convívio embarcado do Clube R. Calhabé

Clique no folheto para ampliar

A Secção de Pesca Embarcada ao Achigã do Clube Recreativo Calhabé, em colaboração com a Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra e a Junta de Freguesia da Portela do Fojo, vai levar a efeito no próximo dia 14 de Março, em Vilar da Amoreira, um CONVIVIO DE PESCA EMBARCADA AO ACHIGÃ para divulgação da NOVA RAMPA DE ACESSO À AGUA.

PROGRAMA
07:00 Horas - Concentração em Vilar da Amoreira
08:30 Horas - Pequeno-almoço no local da concentração
09:00 Horas - Pequena palestra
10:00 Horas - Inicio do convívio
18:00 Horas - Final do convívio
20:00 Horas - Beberete ajantarado e entrega de prémios

INSCRIÇÕES: 20 achigãs por pescador

INCLUI: Pequeno-almoço no local da concentração, lanche embarcado, beberete ajantarado de encerramento. Haverá lembranças a todos os participantes!

Quem pretender ficar para domingo e gozar a noite na Pampilhosa da Serra em ameno convívio com amigos pode fazê-lo reservando quarto.

PREÇO DOS QUARTOS Duplo – 30 € Triplo – 45 €

Serão admitidos acompanhantes e se o seu número justificar, promoveremos um passeio regional a levar a efeito durante o período de pesca. Venham conviver com o C R Calhabé!

Informações e inscrições:
ALFREDO CORREIA - Telem. 962143679
ZÉ CARVALHO - Telem. 919039008 ou Telf. 239105717

quinta-feira, 5 de março de 2009

Abertura às trutas

Uma truta fário
No domingo passado, depois de mais um grande período de expectativa, aconteceu o primeiro dia de pesca à truta desta temporada. Desta vez, escolhemos um dos melhores rios truteiros nacionais, relativamente perto de nós, o Côa.
O nosso amigo ML tinha preparado um roteiro completíssimo, com acessos e zonas de pesca.
À chegada, os carros eram já mais que muitos junto ao rio, denunciando mais pescadores do que peixe.
- Bom como vamos “plumar”, damos tempo a quem já vai à nossa frente que se afaste mais e deixe os locais um pouco mais sossegados até à nossa chegada. Pode ser que alguma se engane…. acrescentei.
O rio estava com um óptimo caudal, mas a água estava extremamente límpida, denunciando que as trutas estavam bem escondidas nas raízes dos amieiros que ladeavam as magens.
Troço terminado a meio da manhã e sem quaisquer resultados. Os pescadores que entretanto passaram por nós estavam com a mesma frustração.
- E se tentássemos outro troço, desta vez a spinning, porque se consegue lançar mais próximo das margens opostas e apesar de tudo, uma colher é mais visível que uma pluma. Pode ser que alguma mais escondida, saia da toca para atacar o engano…
- Bora a isso… ouvi já de dentro do carro…
Troço terminado e nada…outra vez! Nem vestígios delas. Mas as margens estavam bem pisadas, evidenciando que a abertura dessa época já tinha começado algum tempo antes.
- Bolas, parece temos que ir ao viveiro de Quadrazais, que por acaso, até fica em caminho…
- Acho bem, senão nem lhe vimos a cor, responde o ZP.

Aí vamos nós.
Agora sim, aqui há trutas! No acesso ao nosso local, vemos imediatamente algumas junto à margem, que têm seguramente mais de meio quilo. São bem maiores do que da última vez que cá vim. E aparecem também algumas fário, o que não acontecia também na minha última visita, já lá vão uns bons anos...
O ZP para variar, apanha uma das grandes que pesou na balança da piscicultura, 885 gramas.

Uma truta arco-iris, a maior da jornada
Enquanto lutava com ela, surgiu outra maior ainda, que tentava roubar a pluma da primeira, enquanto arrastava um pedaço de nylon com mais de meio metro, enfeitado com vários chumbos de trincar… Devia ser a Moby Dick lá do sítio… com cerca de um quilo e meio...
Valeu-nos este pedaço do dia.
Lamentavelmente, constatamos mais do mesmo. Pagamos uma licença para obter um benefício que depois não nos é facultado.
O Estado arrecada o dinheiro das nossas licenças e não faz nada para nos retribuir. Não há qualquer retorno para o pescador, do dinheiro dispendido nas licenças de pesca.
O Estado não fiscaliza, não repovoa, não faz o que é suposto fazer e que esperamos de uma entidade de bem.
- A não ser abortar leis de pesca, completamente estapafúrdias e que não servem os peixes e muito menos os pescadores…