"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Nó de Barril


Trata-se de um nó destinado a unir duas pontas de fio, de diâmetro pouco diferente, sendo um dos fundamentais para qualquer pescador, independentemente do género de pesca que realize. O seu nome deve-se ao formato final, que se assemelha a um barril.

Apesar de funcionar muito bem nos nylons e fluocarbonos, também pode ser utilizado com a maioria dos fios multifilares. No entanto, para os multifilares, nada melhor que efectuar alguns testes para confirmar a sua eficácia, visto que dependendo do tipo de fibra utilizado no fabrico, pode não parar de correr, impedindo a sua utilização.

Como habitualmente, deve-se humedecer a zona do nó para que "corra" melhor e não deteriore o fio por aquecimento.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Feira Nauticampo 2008


Sob o lema “Prazeres da Natureza” vai decorrer na FIL de Lisboa, de 9 a 17 de Fevereiro de 2008, mais uma edição da Nauticampo - Feira de Naútica, Campismo e actividades de lazer.
Segundo a organização pretende-se nesta edição, "acolher novos desafios, desenvolver novas e diferentes actividades, mais dinâmicas e interactivas, elevando desta forma, a sua projecção e notoriedade junto do seu público-alvo, e de uma forma ainda mais eficiente, criar uma maior proximidade e interacção com o mercado e as tendências que marcam o seu futuro".
Horários
- Sábados e Dias Uteis 15h00/23h00
- Domingos 10h00/20h00

Preço dos Bilhetes
- Sénior/Jovem - 2,50€

- Individual - 5,00€

Para mais informações consulte o site da FIL/Nauticampo

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Feira MoraPesca 2008

Clicar no cartaz, para aumentar o tamanho da imagem

Vai decorrer nos dias 8, 9 e 10 de Fevereiro de 2008 a VI MoraPesca, considerada a maior feira de artigos de pesca e acessórios relacionados, realizada a nível nacional.
O certame decorre como é já habitual, no Pavilhão Municipal de Exposições, com os seguintes horários de funcionamento:

Sexta, 08 Fevereiro
- 17h30 Cerimónia de Inauguração da Feira / 22h00 Encerramento do recinto da Exposição
Sábado, 09 Fevereiro
- 10h00 Abertura do recinto da Exposição / 23h00 Encerramento
Domingo, 10 Fevereiro
-10h00 - Abertura do recinto da Exposição / 20h00 - Encerramento da VI MoraPesca

Para mais informações, consulte o site da Câmara Municipal aqui, e depois, logo a seguir ao Cartaz da Feira Nacional do Tomate.

Até lá!

domingo, 20 de janeiro de 2008

O anzol, peça de arqueologia

Anzóis antigos, expostos no Museu das Ruínas de Conimbriga

Apesar de os anzóis hoje à venda no mercado serem manufacturados com a mais recente tecnologia, este artefacto é o que menos evoluiu desde à milhares de anos até ao nossos dias.
Quando empatamos um dos nossos anzóis, no extremo da nossa linha de fluorcarbono, bobinada num carreto com muitos rolamentos de inox e construído em grafite, instalado numa cana de carbono de alto módulo reforçado por fibras XPTO, não temos em conta que na História da pesca, esse objecto foi que menos se modificou nos últimos 20.000 anos.
Esta actividade, que o Homem primitivo desenvolveu para sobreviver, foi também uma das que naturalmente mais o obrigou a pensar e aguçar o engenho, para que as suas saídas para a pesca fossem cada vez mais produtivas. Por isso, terá nascido um gancho manufacturado em osso e/ou espinha, eventualmente preso a um pau e que servia para içar os peixes atraídos pelo alimento, colocado maliciosamente no artefacto curvo.
Com efeito, os mais antigos objectos que se podem classificar como anzóis, foram encontrados na zona da antiga Checoslováquia. Eram fabricados em osso de mamífero, e pertenciam a pescadores cujas jornadas de pesca decorreram há 20.000 anos atrás.
Os arqueólogos encontraram anzóis primitivos construídos em osso, espinha de peixe e madeira, em quase todos os locais do mundo. Algures na Escandinávia foram encontrados anzóis datados de um período com cerca de 10.000 anos. No Este da América do Norte foram encontradas gravuras rupestres da idade do Bronze, representando pescadores com varas, linhas, anzóis e peixes.
Na antiga Mesoptânia, em 4.000 A.C., construíam-se anzóis em cobre, surpreendentemente parecidos com os dos nossos dias. Os olhais, as curvas e barbelas mudaram muito pouco desde então. Hoje, os fabricantes usando tecnologia da era espacial, limitam-se basicamente a melhorar o design e o material que constitui o anzol.Provavelmente, os primeiros pescadores desportivos foram os Egípcios, segundo gravuras encontradas. Representavam vários pescadores há 2.000 anos A.C. usando canas, linhas e anzóis.
Na realidade, existem duas vertentes básicas que são as que estão em constante evolução e desde à 4.000 anos: A facilidade ou capacidade de penetração e a resistência à tracção.
A capacidade de penetração, prende-se fundamentalmente (mas não só), com a espessura, qualidade e tipo do bico do anzol. A resistência à tracção é a outra vertente a que os fabricantes estão atentos e desenvolvem continuamente, estando estes dois vectores directamente interligados.
Para melhorar a penetração recorre-se hoje a revestimentos derrapantes, como é o caso do Teflon e pontas de tipo especial, com formatos inovadores e materiais mais resistentes, que mantêm o bico sempre afiado. Estes por sua vez, são afiados a lazer, por processos químicos, etc.. Para melhorar a capacidade de penetração, tenta-se produzir um anzol mais fino - perfura melhor, mas que deve manter a capacidade de resistir aos ímpetos do peixe, ou seja é necessário manter a resistência à tracção. Se assim não fosse, o anzol “abria” ou seja, perdia o formato inicial, o que levaria à inevitável perda da captura.
O recurso a materiais mais resistentes, como o carbono, o tungsténio, titânio, inox, ou misturas entre estes elementos, permite obter uma maior ligeireza e capacidade de penetração, enquanto se mantêm a resitência à tracção. Outro processo para manter essa capacidade passa por "forjar" - que consiste em esmagar ligeiramente - a zona da curvatura, perfilando o metal para a ganhar resistência no sentido que nos interessa.
Desta forma, consegue-se um melhor desempenho dos dois binómios mais importantes, que determina a qualidade final do produto, que hoje reconhecemos no “velho” anzol que distraídamente aplicamos na ponta do fio.

Texto da minha autoria, publicado no Jornal "Correio da Manhã" de 22 Setembro de 2001

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Grifos na Web


A atestar que os grifos, cegonhas pretas e restante passarada do Parque Natural do Tejo Internacional pode e deve ser um meio de atrair visitantes à Raia, está a quantidade de visitantes e comentadores a neste site, recentemente divulgado.
On-line e 24 horas por dia, uma câmara vigia o local de nidificação de um casal de grifos (Gyps fulvus) nas escarpas das Portas de Ródão mas que está até ao momento a ser disputado por um outro indivíduo isolado de outra espécie de grifo (Gyps rueppellii), desconhecido ou raro em Portugal. Parece história de Big Brother, como já vários comentários referiram!!!

Este projecto foi desenvolvido no âmbito do programa Público na Escola, um projecto do Jornal PÚBLICO que visa estimular a conservação da Natureza e a protecção do Ambiente junto dos alunos das Escolas Básicas e Secundárias.
As entidades envolvidas neste projecto são a Refer, responsável pela instalação da câmara e de toda a infraestrutura tecnológica que permite as imagens em directo; a Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN), responsável pela disponibilização do sinal e por gravar todas as acções no ninho para posterior divulgação; a SIC, que fará a cobertura televisiva ao longo de toda a época de nidificação; e o próprio Jornal Público, que fornecerá as imagens em directo através do seu site e promoverá as acções educativas junto das escolas.
Como se calcula, à noite dificilmente se consegue observar alguma coisa e durante o dia, as aves podem não estar no local. No entanto a época que se aproxima é a da (re)construção do ninho pelo que se prevê muita actividade e vai/vem.

Pena é que as pessoas se limitem a este espectáculo "voyeurista" pela tecnologia dos PC´s e da comunicação e não se promova a visita aos próprios locais, para cheirar a Natureza e disfrutar de um passeio de barco pelo nosso Tejo, que tanto tem para mostrar.
O que seria de bom para todos os comentadores, se tivessem a oportunidade de observar as aves no local...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Activistas reféns em baleeiro japonês


Um australiano e um britânico da organização Sea Shepard Conservation Society, estão retidos há 48 horas no navio baleeiro japonês “Yushin Maru 2”. Na terça-feira, os dois activistas saltaram da sua embarcação “Steve Irwin” para o navio japonês para entregar uma carta a salientar que é ilegal caçar baleias. Ver video aqui

Minoru Morimoto, do Instituto japonês de Investigação sobre Cetáceos (ICR), admitiu que os dois activistas estão detidos mas negou terem sido mal tratados.

“- É ilegal entrar nos navios de outro país em mar alto. Por isso, estão a ser mantidos sob custódia, enquanto são tomadas decisões sobre o seu futuro”.

Os japoneses acusam ainda os activistas de terem tentado danificar o navio, que se encontra a Sul da Austrália.

A Sea Shepard informou entretanto que a tripulação do baleeiro colocou condições para a libertação dos dois homens, algo que a associação considera inaceitável.
“- Usar reféns para fazer exigências é a marca do terrorismo e a Sea Shepard não tem interesse em negociar com grupos terroristas”, comentou o capitão Paul Watson.

Ver notícia completa e video . Fonte: Público

domingo, 13 de janeiro de 2008

A taínha


Desprezada por uns, procurada por outros, este peixe das nossas águas acaba por ser uma das espécies mais difíceis de pescar para os pescadores de mar.
A taínha é fundamentalmente uma espécie de água salgada. Encontra-se com facilidade em estuários de rios, molhes, cais e ancoradouros marítimos e zonas rochosas junto à costa. Encontra-se também a muitos quilómetros acima da foz dos rios, que mantêm ligação directa ao mar, isto é, sem barragens que lhe parem a subida. É por isso fácil pescarem-se taínhas, junto a Mértola, no Guadiana ou no Tejo, junto a Belver, a jusante da barragem com o mesmo nome, ou em outros locais de características semelhantes.
As espécies mais abundantes são três: a Chelon labrosus, identificável por possuir os lábios muito grossos, conhecida por taínha de lábios grossos ou liça. A Liza ramada, diferenciada da anterior pelos lábios mais finos, pela pequena mancha escura junto à raiz das barbatanas peitorais e cauda menos pontiaguda e a Liza aurata, vulgarmente chamada de garrento, identificável pela pequena mancha dourada junto ao opérculo e tonalidade geral amarelada.
De todas, a que atinge maior tamanho é a de lábios grossos ou liça, sendo vulgares as de dois a três quilos, alcançando contudo os cinco a seis. A fataça, de lábios finos, pode atingir os três, sendo esta a espécie que vulgarmente encontramos mais a montante nos nossos rios. O garrento raramente ultrapassa o quilo de peso.
Qualquer uma destas espécies é um poderoso lutador, quando preso no anzol. Gastronomicamente, não é dos peixes mais apetecidos.
A alimentação natural das taínhas baseia-se em pequenos organismos marinhos, algas, fitoplâncton, e detritos orgânicos de toda a espécie, incluindo os produzidos pelo Homem.
A taínha gosta de permanecer junto à costa, frequentando os locais onde encontra alimentação com facilidade. Normalmente deslocam-se em cardumes, compostos por algumas dezenas de indivíduos.
As taínhas são conhecidas pelos pescadores de mar, como peixes muito desconfiados e difíceis de pescar. Com efeito, pela forma como se alimenta, mais sugando do que comendo, este peixe exige fios finos e delicadeza na apresentação do isco.
A pesca à bóia é a forma mais convencional de capturar taínhas. Para tal, utiliza-se uma cana de passadores, entre os quatro e os seis metros de comprimento. Esta deve ser leve, robusta e com acção de ponta, ou seja bastante dura na sua acção. Também o carreto, bobinado com fio 0.18 a 0.22mm, deve ser pequeno, leve e dotado de uma embraiagem precisa, capaz de segurar os ímpetos deste vigoroso lutador.
As bóias podem ser de madeira de balsa de 0.5 a 1.5 gramas, se a pesca for feita num porto sem ondulação ou até às 15 gramas, se efectuada num local desabrigado, embora seja recomendável escolher os dias mais calmos, para pescar taínhas.
O fio do terminal do anzol, com cerca de trinta centímetros deve ser o mais fino possível, entre os 0.12 a 0.16mm. O anzol deve ser fino também e entre os nºs 8 e 12, consoante a desconfiança e o tamanho do peixe.
O isco mais utilizado para a taínha é a sardinha ou o carapau. Na sardinha deve tirar-se com cuidado a barbatana dorsal, ficando então os dois lombos de onde, com pequenos beliscos, se vai retirando a iscada. É errado cortar com uma faca!
Para melhores resultados é recomendável a utilização de engodo, feito com sardinha bem pisada num balde. Deve ser fino e lançado à água logo que cheguemos ao pesqueiro, para que vá atraindo as taínhas, dando-lhes confiança no alimento. Só depois devemos iniciar a pesca, aumentando a liquidez do engodo e diminuindo a frequência da engodagem.
Esta pesca é um óptimo desafio para quem gosta pescar fino e leve, o que não quer necessariamente dizer peixes pequenos...

Texto da minha autoria, publicado no Jornal "Correio da Manhã" de 9 de Junho de 2002

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Bill Dance bloopers - Cena II


Mais uma "argolada" do pró pescador de achigãs que a América mais aprecia: Mr. Bill Dance! Nesta cena o nosso amigo luta desenfreadamente contra um motor eléctrico ligado, que se separa do apoio do mesmo!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Conserve o Planeta, só temos este!

Tudo o que fizermos, voltar-se-á contra nós.
Infelizmente, o dinheiro e os interesses privados, muitos deles provenientes de quem devia dar o exemplo, fazem o Mundo girar...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Faculdade estuda peixes do Algarve


Embora não seja recente a marcação e estudo das espécies piscícolas com mais valor comercial e desportivo, uma recente notícia da LUSA informa a continuação e intensificação desse trabalho, iniciado já há uns anos pela Universidade do Algarve, que prevê até final de 2008 a marcação de mais de 5.000 peixes.
O projecto, que está a ser desenvolvido por investigadores da Faculdade de Ciências do Mar e Ambiente (FCMA), inclui a marcação de milhares de peixes juvenis, que se espera que sejam depois recapturados por pescadores ou pelos próprios técnicos.
Segundo disse à Lusa o coordenador do projecto, Karim Erzini, a ideia é que as marcas lhes sejam depois devolvidas pelos pescadores, mesmo que o peixe seja reposto na água, ou lhes sejam fornecidos os dados por telefone ou Internet, estando já disponível um formulário on- line.
Segundo um dos investigadores envolvidos no projecto, Jorge Gonçalves, uma das mais valias do estudo é a obtenção de dados sobre a abundância ou não das espécies comerciais ali existentes, essenciais para uma política integrada de gestão da pesca artesanal.
Os investigadores, que marcaram até agora 2.300 peixes, entre sargos, safias, choupas, robalos e douradas, vão também utilizar o sistema de telemetria para observar o comportamento dos peixes.
O estudo, orçado em 86.500 euros, estende-se até ao final do próximo ano e será totalmente financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Ao todo são cerca de dez os investigadores aliados ao estudo, que está a ser desenvolvido pelo Grupo de Investigação Pesqueira Costeira, inserido no Centro de Ciências do Mar da FCMA.

Veja a notícia completa aqui.

A idade dos peixes



Na crónica deste mês gostava de propor aos que sentem mais curiosidade sobre a vida dos peixes, um exercício que podemos fazer em casa. Trata-se de determinar a idade dos peixes que pescamos.
Esta questão tem obviamente mais interesse quando se trata de grandes exemplares, que não pescamos todos os dias, e que nos fazem pensar quanto tempo este peixe levou até atingir este peso.
Esta curiosidade pode ser satisfeita de uma forma muito simples. Basta-nos que cuidadosamente retiremos uma escama desse peixe de preferencia por baixo da barbatana peitoral, visto que são as que com mais facilidade proporcionam bons resultados. Depois desta operação podemos lavar a escama com água corrente deixando-a depois numa mistura com cerca de metade água e a outra metade com vinagre de cozinha, cerca de 12 horas. Depois basta passar por água corrente e enxugar com um pano seco ou guardanapo de papel, deixando-se de seguida, secar completamente.
Com facilidade e se for necessário em contraluz, conseguimos observar anéis concêntricos a partir do centro da escama. Poderemos recorrer a uma lupa, senão for fácil esta observação à vista desarmada. Cada espaço constituído por uma zona mais esbranquiçada e outra maior e mais transparente, constitui um ano de idade. A área mais clara e pequena corresponde ao período de inverno em que o crescimento é menor devido á pouca actividade desenvolvida. Os espaços maiores correspondem ao período de Verão, com o consequente aumento de actividade e correspondente aumento de crescimento.
Desta forma fácil podemos determinar a idade dos peixes maiores que pescamos ser ter que os sacrificar, deixando que permaneçam no espaço de água onde os pescamos, perpetuando assim a sua espécie.

Texto da minha autoria, publicado no Jornal "Voz do Campo", em Julho de 1999

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Nasceu 2008






































Primeiros momentos de 2008, em Castelo Branco, com uma temperatura de 1ºC.
Aproveito para desejar atodos os que por aqui passam, votos de um Bom Ano Novo, de preferência cheio de coisas boas.
José Gomes Torres