"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Captura incompleta...


Vídeo completo e sem cortes, duma cena de pesca gravada pelo Zé Pedro.
Carpa localizada, câmara fotográfica largada distraidamente em cima dum formigueiro, e lançamento.
Após a investida do peixe, a ferragem.
Durante a luta e numa tentativa de evitar a saída de mais linha do carreto – repare-se na flexão da cana, o peixe solta-se e o pescador perde o jogo.


Nesse jogo, porque houve mais jogos em que o pescador ganhou…

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Acções da ANPLED


Desde há uns largos dias que tenho na ideia uma referência especial para o trabalho que a ANPLED – Associação Nacional de Pescadores Lúdicos e Desportivos tem feito pela pesca, desde a sua curta existência, formalmente constituída a 27 de Fevereiro deste ano.

Confesso que quando surgiu esta Associação, me veio à ideia que infelizmente seria mais uma, daquelas que nada fazem pela pesca no nosso país e que até passa despercebida a sua existência.
De facto, não deixa de ser relevante, o esforço dos dirigentes da ANPLED em reunir com os diversos quadrantes políticos, sensibilizando-os para as questões da pesca, enquanto constituem contactos com as entidades da tutela e concretizando ligações até com o Departamento de Paisagem Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora, por exemplo.
Enquanto uns se lamentam que esbarram em muros silêncio, outros apresentam serviço…

Aqui fica um breve resumo das actividades que de uma forma descomprometida fiz, correndo o risco ainda assim, de faltar alguma:

- Reunião com o grupo parlamentar do Partido Comunista Português
- Reunião com o grupo parlamentar do Partido Socialista Português
- Reunião com o grupo parlamentar do CDS PP
- Reunião com o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.
- Reunião com a Secretaria de Estado da Agricultura e das Pescas.
- Reunião com a direcção da APPSA - Associação Portuguesa de Pesca Submarina e Apneia
- Esta semana está agendada uma reunião com a AFN – Autoridade Florestal Nacional, sobre assuntos relacionados com a questão da pesca em águas interiores.

Como se vê, há trabalho realizado, há frutos que certamente irão ser colhidos mais tarde!
Mas para isso é preciso que alguém se empenhe em desenvolver um trabalho em prol desta actividade, que tão maltratada tem sido. E esta direcção tem feito esse trabalho.

Aqui fica publicamente o meu humilde reconhecimento como simples associado. Vejo que estão a defender os meus interesses…

Para quem ainda está indeciso em se tornar associado da ANPLED, deverá considerar este trabalho já realizado e dar um voto de confiança ao grupo que está apostado em defender os nossos interesses como pescadores lúdico desportivos.
Para obter a proposta de associado em PDF, que depois de preenchida poderá enviar pelo Correio para a morada constante na mesma, pode clicar aqui.
É possível efectuar o pagamento por transferência bancária em qualquer Multibanco, recebendo-se posteriormente a confirmação desse depósito.
As quotas individuais são de 6€ semestrais ou 12€ anuais, com 3 € de jóia na primeira inscrição.

Aproveito para deixar uma palavra de incentivo aos elementos da Direcção Executiva, nomeadamente ao seu Presidente, João Borges.

Votos de um bom trabalho, não é fácil a tarefa que têm em mãos …

sexta-feira, 19 de junho de 2009

História do maior achigã do mundo



O filme da história do maior achigã do mundo, a Dottie e a vida dos pescadores que perseguiam o recorde.
Se tivesse sido pescada de forma legal quanto tinha o máximo de peso (presa pela boca, indicando que foi iniciativa do peixe atacar o isco), teria sido oficializado o novo recorde.
Veja também este post que já tinha colocado aqui no blogue.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Água do Alqueva é tóxica!


A água do Alqueva está contaminada por insecticidas e pesticidas, cuja concentração ultrapassa os limites europeus e pode ameaçar a saúde humana, revela um estudo de um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro. Estes concluem ser necessário "estabelecer planos de monitorização do Alqueva adequados às várias utilizações da água da albufeira".
De acordo com o estudo científico a que a Lusa teve acesso, foi detectada "a presença de níveis perigosos de insecticidas no Rio Guadiana e que podem representar perigo para a saúde humana". O estudo foi realizado por investigadores do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, em colaboração com outros colegas portugueses, e destinava-se a determinar os efeitos dos pesticidas presentes na água do Rio Guadiana sobre organismos aquáticos.
Nas amostragens feitas em alguns pontos da albufeira do Alqueva, a soma da concentração de pesticidas estava "acima de 0.5 æl/L, o que pode representar algum perigo para a saúde humana, de acordo com a Directiva 98/83/EC relativa à qualidade da água destinada ao consumo humano". "Em termos ambientais, os autores salientam o facto de vários pesticidas (atrazina, simazina, terbutilazina e endosulfan) terem sido encontrados acima dos limites individuais estabelecidos pela Directiva 2008/105/CE para as normas de qualidade ambiental no domínio da política da água", refere o trabalho científico. As amostras, recolhidas ao longo de 2006, foram analisadas para estudar as concentrações de pesticidas em solução e foram usadas em testes com algas e invertebrados aquáticos para determinação da sua toxicidade. Entre os herbicidas estudados, vulgarmente aplicados em campos agrícolas, foi incluído o insecticida clorpirifos e os herbicidas atrazina e simazina, que figuram na listagem da União Europeia para substâncias prioritárias (Decisão n.º 2455/2001/CE) e que podem levar à contaminação de solos e também de águas subterrâneas ou sistemas de água doce, através de escorrências.
Nalguns casos em que as concentrações se encontravam abaixo dos níveis de perigosidade indicados pela legislação europeia, "observou-se níveis de toxicidade elevada para algas testadas".
Os autores do estudo, Joanne Rodríguez Pérez, Susana Loureiro, Salomé Menezes, Patrícia Palma, Rosa Fernandes, Isabel Barbosa e Amadeu Soares, recomendam "que seja prestada atenção ao facto de os valores máximos permitidos para os pesticidas individuais e para a soma de pesticidas não ter em consideração os efeitos da mistura dos químicos que podem, por exemplo, ser potenciados".

domingo, 14 de junho de 2009

Manutenção do motor eléctrico

Clique na imagem para ampliar

Um dos cuidados que os pescadores que utilizam motores eléctricos descuram algumas vezes, é o que se prende com a manutenção deste importante dispositivo de locomoção, precisamente… devido à sua quase ausência de manutenção.
No entanto, quase ausência, não significa completa ausência, como se compreende.

Como tal uma inspecção periódica ou especial, se por qualquer indício consideremos que a devemos fazer, é dos mais elementares cuidados, até porque é justamente um dos mais fáceis de realizar. Para fazer uma inspecção especial basta que tenhamos navegado num local com muita vegetação aquática, a linha dos nossos carreto tenha sido apanhada pelo motor em movimento ou se verifique uma perca nítida de potência do motor. Esta última pode acontecer porque vulgarmente existem pedaços de linhas perdidas por outros pescadores e sem o sabermos, são apanhados pelo nosso motor eléctrico. Estas fotos foram obtidas num destes casos…
Qualquer que seja o caso que motive a intervenção, o primeiro passo é retirar o hélice. Depois disto, temos de imediato acesso ao veio do motor, ou seja, ao local onde poderão estar alojados restos de fio de pesca, detritos diversos ou partes de vegetação aquática.
Qualquer uma destas matérias que se enrola no veio por efeito do seu funcionamento, retira potência ao motor, aumenta o consumo de energia porque está em esforço e pior de tudo, pode deteriorar o retentor do veio que impede que a água entre dentro do motor. Uma pequena quantidade de fio de pesca é mais que suficiente para deteriorar este elemento e consequentemente ocasionar danos graves no motor eléctrico, porque como se sabe, a electricidade e a água não combinam…
Assim os resíduos que estiverem presos no veio deverão ser retirados cuidadosamente para que não se danifique (mais) o retentor.

Desmontar…
Depois disto, pessoalmente acabo por desapertar os dois parafusos de fixação do corpo que são de grande comprimento, permitindo a retirada parcial do topo onde se encontra o retentor. Mas antes disso, marco uma recta entre as três partes (parte frontal, corpo e tampa posterior) com um lápis, para que na montagem fiquem estas peças com o alinhamento com que estavam.
Esta operação serve só e apenas para lubrificar generosamente o veio do motor, quer pelo interior quer pelo exterior, com vaselina industrial ou como também é conhecida, massa de silicone. De um modo geral qualquer produto lubrificante recomendado para retentores e o-ring’s, serve para esta função.
Depois disto, passo lubrificante também no o-ring do corpo do motor, para protecção deste vedante e auxiliar na vedação da água.
Montar!
A montagem requer que se posicione o motor ao alto, com o veio para cima, para que não fiquem os componentes desalinhados devido ao peso destes.
Depois de encostado o topo parcialmente removido, faz-se o aperto alternado em cada um dos parafusos de forma equitativa até que sintamos que se iniciou o aperto do o-ring de vedação. Ainda de forma igual dever-se-á apertar, com firmeza mas sem exagero, porque se isso ocorrer pode destruir-se o o-ring do corpo. Exige-se alguma sensibilidade para perceber até onde deve ser o aperto tendo em conta o que temos em mãos.
Depois disto segue-se a colocação do hélice, que deve ser apertado com a porca de forma segura para que não se perca numa manobra de marcha atrás, se o motor possuir esta função, uma vez que tal não ocorre nos motores com comando de pé.

Esta manutenção é uma tarefa simples e muito útil. Muitas vezes não é necessária a desmontagem do corpo do motor pelo que, só e apenas uma simples limpeza do veio seguida de lubrificação externa do retentor do veio é suficiente.
Assim se prolonga a vida do nosso motor eléctrico, utensílio indispensável para as nossas pescarias, mas algumas vezes esquecido, quando não nos dá problemas…
Infelizmente, este espaço - o Blogger - manifesta problemas francamente desesperantes e que desmotivam cada vez mais a sua utilização. A colocação de fotos funciona EXTREMAMENTE MAL, a sua utilização idem aspas. Por exemplo, a foto que é possivel ampliar neste post, só o permite se for colocada em primeiro lugar. Em qualquer outro, não permite ser ampliada. Arrastar uma foto, para ser colocada no texto, no local que entendemos, é impossivel. Mas deixou de ser desde há pouco. Copiar um texto do Word e largá-lo aqui, deixou de ser possivel, essa opção não surge agora.
O que mais me incomoda é que tudo isto já funcionou bem. Será o preço a pagar por um espaço gratuito, mas a paciência e o tempo têm limites.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Albufeiras - Regime de Protecção e Reclassificação



No dia 15 de Maio deste ano, o Governo aprovou dois diplomas sobre albufeiras:

-O Decreto-Lei n.º 107/2009. D.R. n.º 94, Série I de 2009-05-15, que aprova o regime de protecção das albufeiras de águas públicas de serviço público e das lagoas ou lagos de águas públicas

- A Portaria n.º 522/2009. D.R. n.º 94, Série I de 2009-05-15, que determina a reclassificação das albufeiras de águas públicas de serviço público.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O Lago dos Monstros

Num lago artificial da Tailândia, coabitam os maiores e mais estranhos peixes de água doce, tornando o local um verdadeiro ensopado de espécies exóticas que atraem pescadores de todo o mundo.

Aquilo que começou por ser um lago para pescar com os amigos, tornou-se num lucrativo negócio para o proprietário, espalhando a fama do “Lago dos Monstros” um pouco por todo o lado.
Os ambientalistas não podiam estar mais descontentes…


segunda-feira, 1 de junho de 2009

O sável

Sável da bacia hidrográfica do Guadiana

O sável (Alosa alosa), é um peixe anádromo e tem actualmente estatuto de espécie “Em Perigo” segundo registo do ICNB no Livro Vermelho dos Vertebrados, publicado em 2006. Vive no mar até atingir a fase adulta e em locais de grande profundidade, entrando nos rios de maiores dimensões e de corrente moderada para se reproduzir. Existem dados de ocorrência de populações residentes da espécie em albufeiras portuguesas, como é o caso de Castelo do Bode, Alqueva e Aguieira, onde aparentemente conseguiu uma adaptação exclusiva à água doce, conseguindo sobreviver e reproduzir-se. Estas populações aprisionadas não atingem os tamanhos normais para a espécie e são consideradas imaturas e anãs.
Consegue a maturidade sexual entre os 4 e os 6 anos de idade, altura em que inicia a migração para o rio em que nasceu. Os indivíduos raramente efectuam mais que uma migração reprodutora, morrendo após a desova. A migração decorre entre Março e Julho e a reprodução entre Maio e Julho.
A desova ocorre no leito do rio, a profundidades inferiores a 1,5 m, em fundo arenoso ou de cascalho, demorando os ovos 3 a 8 dias a eclodir, em função da temperatura da água. Depois da eclosão, as larvas e juvenis de sável vivem no rio durante 4 a 5 meses. Passam depois 4 a 6 meses nos estuários, dirigindo-se para o mar no final da Primavera seguinte.
A construção de barragens é a ameaça mais séria para os peixes migradores, principalmente quando se verifica nos troços principais dos cursos de água, utilizados para a sua reprodução. Mesmo quando existem sistemas de passagem para peixes, os indivíduos têm dificuldade em transpor os obstáculos, impedindo ou comprometendo a reprodução. Verifica-se, assim, uma acumulação de adultos reprodutores a jusante das barragens, que são muitas vezes alvo de pesca ilegal. A montante, ficam retidos os juvenis na sua migração para o mar.
Outros factores de ameaça para a espécie são a alteração do regime de caudais a jusante, a conversão de um sistema lótico em lêntico, a retenção de sedimentos a montante, a extracção de materiais inertes, a sobre-exploração dos recursos hídricos, a poluição resultante de descargas de efluentes não tratados de origem industrial ou urbana, a par da intensificação da utilização de pesticidas e fertilizantes na agricultura.
Dado o valor comercial e gastronómico desta espécie, a sobrepesca e a utilização de meios de captura ilegais são outros factores também responsáveis pela diminuição de efectivos.
Verifica-se ainda a proliferação de festivais gastronómicos nas povoações ribeirinhas, em que este peixe e as suas ovas são protagonistas, perante uma inconcebível letargia e sem um único gesto das entidades responsáveis pela gestão do nosso património natural autóctone.
Curiosamente, é no período reprodutivo desta espécie que é permitida a sua pesca - de 1 de Fevereiro a 14 de Junho, estando em defeso o resto do ano!
É caso para dizer:
- E esta, heim? Só em Portugal…

Fonte: ICNB, Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.