"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O Fluviário de Mora





Recentemente tive oportunidade de visitar o ainda novo Fluviário de Mora, localizado junto da simpática Vila de Mora, no Açude do Gameiro - Cabeção.
Este Fluviário inaugurado há menos de um ano é sem dúvida um espaço bem concebido e agradável. Idealiza o trajecto de um rio imaginário, com as espécies de peixes, plantas e anfíbios, associadas a cada um dos passos do seu percurso.
É possível identificar por intermédio de quadros próximos, as espécies de ribeira, rio, albufeira e por fim a foz de águas salobras e já com espécies de água salgada como as taínhas, douradas, raias e até um xarroco.
Há ainda um espaço para o casal de lontras – a Marisa e o Cristiano Ronaldo. Um deles aproveitou para mostrar a sua magnífica dentadura, registada pela minha máquina fotográfica. Existe ainda um espaço com várias espécies de peixes exóticos, sendo uma boa parte deles da América do Sul. Outro dos aquários exibe o espectacular colorido e variedade dos peixes dos lagos africanos.
À saída, existe uma loja de recordações com objectos relacionados com o Fluviário.
Nota menos positiva para os seis euros por pessoa adulta, um preço que considero exagerado para uma visita que se faz sempre em família ou em grupo. Nestas circunstâncias, quem vai tirar os bilhetes é melhor levar a carteira bem recheada. Além disso, é um espaço bastante pequeno e que por isso se visita em muito pouco tempo.
Pode visitar na Internet, o site do Fluviário de Mora.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

As Rattlin Trap


Não é das amostras mais antigas e com mais tradição, surgindo o primeiro modelo, o Sonic da Heddon, em 1950. No entanto, nos últimos anos, foram muitos os fabricantes que apresentaram novos modelos bastante atraentes, até para os achigãs...

Constituição
O aspecto exterior deste género de iscos artificiais é o de uma amostra um pouco mais espalmada lateralmente que as demais. Característica também bastante visível é a ausência da habitual patilha frontal plástica dos crank´s tradicionais. Aqui o efeito é conseguido de outra forma.
Uma vez que afundam logo que entram na água, a vibração do isco é conseguida pela parte frontal superior da amostra, que ao “cortar” a água, vibra de forma muito rápida. Outra característica que sobressai de imediato é o chocalhar de qualquer coisa no interior quando lhes pegamos, fazendo lembrar um brinquedo de criança. Este é com efeito, uma das características mais apelativas para o peixe. Alojadas em várias câmaras estão esferas metálicas de diferentes tamanhos, responsáveis pelo ruído característico. Este ruído quando produzido dentro de água, chama a atenção dos achigãs ou qualquer outro predador a uma distância muito grande.
O material base com que são construídas as amostras lipless é o plástico duro ou outro material semelhante, com a característica fundamental que seja bastante duro, para que o ruído produzido seja mais audível.
Os anzóis triplos, habitualmente dois, estão colocados um no ventre e o outro na parte posterior do isco sendo o peso mais utilizado a ½ onça ou seja cerca de 14 gramas, que cobre a maioria das situações de pesca.

Pescar com as Rattlin Trap
Como qualquer crankbait, esta amostra é uma excelente localizadora de peixe. Ou seja, tratando-se de um isco rápido, muito rápido até, dá-nos boas indicações de localização das estruturas ou dos locais em que os achigãs estejam situados.
Pode ser utilizada como um crankbait normal, iniciando a recuperação logo após a entrada na água. Neste caso o lançamento é efectuado para junto da margem e sem mais nenhuma acção especial por parte do pescador, que não seja guiar a amostra e recuperar o fio.
Como se trata de um isco que afunda de imediato após a entrada na água, dá-nos teoricamente a possibilidade de pescar à profundidade desejada. Para que tal suceda, basta-nos ter um conhecimento, pelo menos aproximado, da profundidade do local em que queremos que a amostra trabalhe. Depois da entrada na água, calculamos mentalmente o local em que o isco se encontra durante a queda, iniciando a recuperação na profundidade desejada, cruzando desta forma a área pretendida.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Alton Jones vence Bassmasters Classic 2008


Terminou hoje o Bassmaster Classic 2008, a maior prova de pesca de embarcada ao achigã, realizada nos Estados Unidos. A edição deste ano decorreu no Lake Hartwell, próximo de Greenville - estado da Carolina do Sul e contou com a presença de cinquenta pescadores, embora no último dia apenas tenham participado os vinte e cinco melhores classificados dos dois dias anteriores.
O vencedor deste Clássico 2008 foi Alton Jones que partiu para o terceiro dia de competição já na liderança desta prestigiosa prova. Capturou nos três dias o limite de cinco peixes diários, totalizando 49,7 Lbs de peso, cerca de 25 quilos nos quinze peixes.
Levou também para casa um cheque de 500.000 dólares, que corresponde a um pouco menos em euros…
Mais informações, na página da ESPN.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Nós e laçadas para multifilamento



As vantagens do fio multifilar são indiscutíveis, pelo menos em determinadas técnicas de pesca de mar, devido à relação diâmetro/resistência. Também a ausência de memória e a reduzida elasticidade, são importantes vantagens para o pescador.
Mas estes fios podem trazer alguns dissabores na hora de os utilizar, visto que têm alguma tendência para deixar correr os nós…
A Berkley, uma das marcas que desenvolve e produz linhas multifilares, recomenda algumas formas de atar, para utilização neste tipo de fios de pesca.
Nestas duas imagens, duas formas de fazer uma laçada segura, em fio multifilar.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Associação de Pescadores Lúdicos

Local do encontro na Lourinhã - clique na imagem para ampliar

Recebi recentemente um mail-divulgação para uma reunião cujo objectivo é a criação duma Associação de Pescadores Lúdicos de âmbito nacional e multidisciplinar. Dada a necessidade duma entidade do género do que esta se propõe fazer e devido à inépcia da Federação representiva dos pescadores portugueses, parece-me oportuno a divulgação do mail, na integra.

" Amigos, a Comissão para a Defesa da Pesca Lúdica e dos Recursos Marinhos, consciente do momento trágico que os pescadores lúdicos portugueses enfrentam, devido a todas as dificuldades criadas pela Portaria 868/2006 relativamente à pesca no mar e a publicação da recente Lei 7/2008, que afronta a pesca em águas interiores, decidiu tomar a iniciativa de efectuar uma reunião na Lourinhã, no próximo dia 23 de Fevereiro, pelas 14h00, abrangendo todos os pescadores lúdicos que entendam estar presentes, de mar ou rio, no sentido de discutir a actual situação pós-entrega do Manifesto Pela Pesca e respectiva Fundamentação. Nesta reunião debater-se-á a necessidade de criar uma Associação de Pescadores Lúdicos de âmbito Nacional, que esperamos possa vir a ser constituída no final da mesma. A presença de todos é importante. A participação de todos é necessária. Vamos todos lutar por melhores dias e contribuir activa e democraticamente para a defesa da pesca lúdica e da sua prática saudável. Para esclarecimento de dúvidas, contacta: Raúl Ferrão, Membro da Comissão para a Defesa da Pesca Lúdica e dos Recursos Marinhos.
A morada onde se vai realizar a reunião é a seguinte, (morada do Élvio Mendonça)
Rua D. Sancho I, nº 73
2530-144 Lourinhã
- Telemóvel de contacto 00351919376997 (contacto do Élvio Mendonça)"

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Nova Lei da Pesca para Águas Interiores


O Governo publicou no dia 15 do corrente - sexta-feira, a Lei 7 de 2008 que estabelece as novas regras para a Pesca em Águas Interiores.
O documento pode ser consultado aqui, em formato PDF.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Rescaldo da Feira de Mora

Sulpesca - Gary Yamamoto

Decorreu no passado fim de semana, a VI edição da MoraPesca - Feira de artigos de Pesca Desportiva.
Estiveram presentes cerca de 18 expositores, espalhados por três pavilhões, que divulgaram as suas últimas novidades em material de pesca e relacionados, para o corrente ano.
Em peso, esteve a Barros & Trabucco, com o maior espaço de exposição da feira e um enorme sortido de material para a pesca de competição e mar, bem como muitos acessórios.
Em termos de pesca ao achigã, destaque para a Sulpesca – Gary Yamamoto, com um variado sortido de iscos artificiais, bem como as embarcações da famosa marca Triton e Lynx, estas últimas mais económicas.
Referencia para a Vega, que faz questão de estar sempre presente nestes eventos, evidenciando a sua atenção para com os pescadores. A prova desta postura é o facto do seu espaço estar repleto com os Campeões Nacionais 2007 - o Team Vega, que de forma descontraída respondiam às questões dos visitantes.

Vega

Aconteceram ainda outras acções em simultâneo como a demonstração de várias técnicas de pesca, no lago artificial do recinto da Feira, bem como se procedeu à entrega de prémios em cerimónias que decorreram no Auditório Municipal.
Notaram-se as ausências de algumas marcas, que pelos vistos não consideram importante o contacto directo com os potenciais clientes ou simplesmente não acham justificável o investimento numa Feira de pesca de nível nacional.
Estava também completamente vazio o espaço dedicado à Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, o que não deixa de ser lamentável. Afinal de contas, a entidade máxima na representação dos pescadores portugueses, não esteve na festa da Pesca.

Bassboats - Barcos para achigãs



Um modelo em fibra com 18 pés, em plena navegação

Existem algumas considerações que devemos ter em conta, ao tentarmos perceber o porquê, da pesca ao achigã se efectuar normalmente de barco. Não existem grandes dúvidas que os achigãs que se encontram num período de actividade, ou seja em busca de comida, se encontram mais localizados junto das margens. E é fácil entender o porquê desta localização. Uma boa parte, senão a grande maioria dos alimentos que o achigã come, provêm das margens ou zonas baixas.
Poderíamos ainda referir um dos motivos que leva este peixe até zonas pouco profundas: A sua reprodução, com toda a actividade que envolve essa tarefa, importantíssima para um achigã, independentemente do seu sexo.
A ter em conta ainda que caminhando ao longo da margem, é mais fácil assustar esses peixes que se encontram activos, ou pelo menos, deixá-los de sobreaviso. Por outro lado, pescar de barco dá-nos sempre a possibilidade de chegar a outros locais, completamente inacessíveis da margem. Desta forma temos acesso a ilhas, zonas rochosas de grande declive, margens de vegetação densa, sem acesso por terra, e locais menos utilizados pela maioria dos pescadores.

Barcos para achigãs
Apesar de qualquer barco servir para pescar achigãs, existem os que efectivamente foram concebidos para este tipo de pesca, conhecidos por “bassboats” ou barcos para a pesca do achigã. Têm um factor comum: conjugam factores como a estabilidade quando em acção de pesca, com elevadas performances ao navegar, atingindo boa velocidade, factor importante quando se pesca em competição.
Devemos considerar, que os barcos para a pesca do achigã são fabricados em dois tipos de material, sem contudo existirem vantagens de relevo entre o alumínio e a tradicional fibra de vidro. Os fabricados em alumínio possuem vantagens que os de fibra de vidro não têm e vice-versa.
O mais importante terá certamente a ver com o gosto pessoal do pescador, sendo também o elemento custo, um dado a ter em conta, com a vantagem neste campo para os de alumínio. Estes são também mais leves, quando comparados com os construídos em fibra e de tamanho idêntico. Neste caso, é possível obter uma performance ao navegar semelhante ao rival de fibra, com um motor de menor potência e naturalmente de menor consumo.


Um modelo de 17 pés, construção de alumínio


No entanto, não há bela sem senão. O alumínio se não estiver pintado escurece e mancha com facilidade e as linhas do casco são visualmente menos atraentes. Em caso de forte ondulação e devido à (geralmente fraca) hidrodinâmica habitual nestes modelos, estes “batem” mais, tornando o navegar mais penoso que os cascos em fibra.

A estabilidade
A condição que se pode realmente considerar mais importante neste tipo de barco, é sem dúvida a estabilidade. Estes barcos possuem plataformas a que chamamos decks e que servem para os pescadores se instalarem em acção de pesca. Como estão a um nível mais elevado que o fundo do barco, permitem efectuar sem dificuldade alguns tipos de lançamentos, como o pitching e o flipping que doutra forma não seriam muito fáceis de executar. Uma vez que os decks nos dão um amplo espaço de manobra, percebe-se que se o barco não possuir alguma estabilidade, o constante baloiçar lateral pode causar algum desconforto.

O viveiro
Trata-se de um espaço estanque, que é cheio com água oxigenada e renovada periodicamente, através de uma bomba eléctrica accionada por um sistema de comando com temporizador ajustável. Este equipamento é de extrema utilidade quando se pesca em competição, visto que os peixes devem obrigatoriamente ser apresentados vivos à pesagem, e por isso em condições de serem libertados.

O compartimento das canas
O local para arrumação de canas está também contemplado neste tipo de barcos. É muito útil, uma vez que permite o transporte e arrumo das canas de pesca, em condições de segurança.

O motor eléctrico
Para as deslocações silenciosas e posicionamento em acção de pesca, o motor eléctrico é outro elemento fundamental numa embarcação deste tipo. É com este pequeno motor que nos aproximamos sem ruído e consequentemente, sem assustar os achigãs. Existem modelos que possuem um sistema de comando com o pé, o que nos deixa as duas mãos disponíveis a tempo inteiro para a pesca. Funcionam alimentados por baterias de 12 volts, idênticas às que habitualmente se utilizam nos automóveis. Alguns modelos estão equipados com um dispositivo electrónico - Duramp ou Maximaiser, dependendo do nome dos dois maiores fabricantes, que permite uma poupança da carga da bateria.


Vista superior com um lay-out típico dum barco de pesca ao achigã


A sondaTrata-se de um dispositivo que possui um écran de cristais líquidos, onde são continuamente apresentados os objectos (peixes) em suspensão na água e o relevo do fundo do local onde nos encontramos. A profundidade desse local é também representada no écran. Este é a função básica de qualquer sonda, por mais simples que seja. Alguns modelos mais completos apresentam temperatura da água, a velocidade instantânea do barco, distância percorrida e diversos alarmes de peixe e profundidades.

Este tipo de barcos possui ainda vários compartimentos localizados na zona inferior das plataformas, onde se pode armazenar diverso material, como caixas com material de pesca, coletes salva-vidas, roupas, alimentos e bebidas ou a palamenta da embarcação.
Embora não seja de todo necessário possuir um barco para a pesca do achigã, este facilita-nos bastante a pesca, sendo por isso uma aquisição a considerar para quem pretenda fazer uma pesca mais séria ou enveredar pela competição.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Aquicultura pode disseminar doenças


A produção de espécies aquícolas, fundamentalmente de mar, com elevado interesse para a alimentação humana é hoje uma realidade e um meio de suprimir as carências existentes nos recursos selvagens.
No entanto, parece estar provado que essa produção intensiva pode disseminar doenças e parasitas nas populações selvagens, uma vez que é possível a partilha de locais próximos, durante uma parte das suas vidas.
Outras das preocupações prendem-se com a poluição originada pelos dejectos produzidos pela elevada densidade de peixes num pequeno espaço e pela utilização intensiva de fármacos que pode influenciar e fragilizar as espécies que vivem no espaço natural.
Para ver um pequeno vídeo sobre o Colóquio “Seafood Summit 2008” realizado em Janeiro na cidade de Barcelona, clique aqui para a National Geographic.