"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

sábado, 1 de novembro de 2008

Peixe Recorde!


Este verão, numa fugida de fim-de-semana até à albufeira do Cabril, tive a surpresa de bater o meu recorde pessoal do maior peixe pescado em todas as águas.
Mais uma vez, numa amostra destinada aos achigãs, ferro um peixe que me deixou a cana apontada para a água e o fio a sair furiosamente do carreto.
Mais uma briga de dá e recupera linha, até que o peixe já no final da luta decide dar a última corrida junto à margem, em águas particularmente baixas e com bastantes arbustos submersos.
- Vai-se prender nos paus e vai partir… disse já a antecipar o final da contenda.
-Pode ser que não, responde o meu filho.
- Pronto, já está! Digo logo de seguida.
De facto o peixe em fuga consegui que a linha passasse num arbusto e que continuasse a levar linha do carreto, mas com esta a entrar na água sempre no mesmo sítio.
- Vou afrouxar um pouco, pode ser que solte ou que o peixe volte para trás e a linha saia dos paus…acrescento, com pouca convicção.
Não resultou. Agora o peixe parecia já imóvel, porque a linha continuava estática, a entrar na água no mesmo local.
Nisto, o meu filho olha para o lado esquerdo e diz:
- Olha, o peixe está ali ao cima de água… De facto, embora a linha continuasse a entrar na água no mesmo local, o peixe estava exausto à tona de água, a cerca de quinze metros à nossa esquerda.
- Pronto, então segura aqui a cana, que eu vou tentar soltar a linha dos paus. Quando te fizer sinal, é porque está livre e recolhes rapidamente, para que o peixe não se solte por o fio estar frouxo.
Passo-lhe a cana, e salto do barco para as límpidas águas do Cabril. Segurando a linha para me guiar, facilmente chego ao pequeno pauzinho onde a linha passa. Percebo que a sua passagem fez um vinco na madeira amolecida, - por estar à tantos anos submersa e solto a linha que de imediato fica bamba.
- Recupera, rápido!
Ele assim faz, até a linha ficar esticada e o peixe começar a ser trazido lentamente até nós.
- Vá, acaba de a tirar porque o peixe é teu, diz ele.
- Deixa-te de coisas, este foi a meias!
Já no barco e com a cana na mão, ele armou rapidamente o camaroeiro que mergulha por baixo do peixe que é finalmente assim trazido a bordo, depois desta pequena peripécia…
Esta carpa acusou na nossa balança digital 8,700Kg, tornando-se assim o maior peixe de qualquer género que já pesquei, destronando o barbo de 7200Kg que também se interessou por um isco dos achigãs. E o fio Gamma 0,30 resistiu a todas estas torturas de forma heróica, sim senhor…
É o meu recorde, mas resta acrescentar, a meias com o meu filho…
Obviamente, depois de pesada, foi devolvida às águas da albufeira.

3 comentários:

Anónimo disse...

Meu amigo Gomes, a sua narrativa me deixou com o coração aos pulos. Parecia estar eu com a vara nas mãos controlando este monstrinho.
Parabéns pelo lindo peixe, parabéns pelo recorde. Que venha outros.
Um grande abraço

Anónimo disse...

Gomes meu amigo, fiquei aqui pensando nessa isca. Podes nos brindar com uma foto dela?
Mais uma vez, parabéns.

José Gomes Torres disse...

Meu amigo junior
Claro, com todo o gosto. O isco foi um tubejig, para os achigãs.
Desculpa mas está demasiado frio (6ºC) para ir à garagem sacar a isca e fotografar. fica prometido no próximo post, bem como o filme da libertação do animal!
Abraço,
GT