"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Walking the dog ou passear o cão...


Pescar qualquer peixe seja de água doce ou salgada com amostras de superfície, tem sempre qualquer coisa de mágico. A imagem que de imediato associo a esta pesca é a de um teatro de marionetas, em que as amostras são as marionetas inanimadas. Com mestria e inspiração, tornam-se verdadeiros seres vivos que nadam, chapinham, saltam e cospem água. Ou seja, rapidamente passam de seres inanimados a bichos irrequietos e endiabrados de um momento para o outro, desde que o mestre animador tenha talento para isso...
Na categoria das amostras “passeantes” encontramos os iscos que trabalham à superfície, descrevendo um percurso de curtos ziguezagues. É o chamado “walking the dog” como dizem os americanos que se pode traduzir por “passear o cão”. Esta parábola surgiu porque quando passeamos o cão ele vai de um ao outro lado da rua, cheirando todos os obstáculos ao seu alcance.
Para conseguir esta acção deve imprimir-se na cana ao recolher, uma sequência de curtos e rápidos toques de ponteira, para que a amostra venha a até nós em constante mudança de direcção, enquanto se recolhe o fio. Nesta categoria de amostras, encontra-se aquela que conseguiu enganar o “nosso” recorde nacional e europeu. Não é de estranhar, visto que este tipo de iscos produz habitualmente peixes grandes.
São amostras que lançam bastante longe devido ao tamanho e consequentemente ao seu peso. A desvantagem disto surge aquando do contacto com a água, sendo habitualmente ruidoso. Por isso há necessidade de lançar para além do local onde pretendemos pescar, para que abordagem da amostra ao local pretendido seja mais natural. Ou ainda, pouco antes da queda na água, com o dedo indicador, trava-se a saída do fio, baixando ao mesmo tempo a ponteira da cana, conseguindo-se desta forma amortecer o impacto na água.
Como locais de eleição para a sua utilização encontram-se as árvores caídas, docas, plataformas de captações de água ou pilares de pontes, ou qualquer ouro tipo de estrutura que possa dar abrigo e local de emboscada a um achigã.
Quando utilizadas no mar os pontos ter em conta são os mesmos, ou seja a discrição ao contacto com a água e a sua utilização aplicada aos locais onde possam circular os predadores.

4 comentários:

Anónimo disse...

Gomes, eu adoro essas iscas, mesmo não pescando de bait casting.

Aqui no Brasil, chamamos estas iscas, ou amostras, de Zaras, porque zareiam ou simplesmente descrevem movimentos que formam a letra Z. Para pesca do Tucunaré as mais indicadas são Heddon Super Spook, a Rebel Jumping Minnow, as MirOLure Shi-Dog e He-Dog entre outras. Para a pesca do black bass, uma das campeãs nessa classe de trabalho se superfície é a Team Daiwa Slash Walker Zero.
Um grande abraço

José Gomes Torres disse...

Olá Junior
São também das minhas preferidas, quer para água doce, quer para água salgada. Aqui a mais conhecida é a Zara Spook e Super Spook também!
Muito usada e creditada é a Sammy, da Luky Craft.
Depois destas, há uma infinidade de modelos e marcas que nunca mais acaba!!!
Abraço amigo.

S. Ferreira disse...

No nosso viveiro, as super spook comportam-se melhor que as Sammy, GT.
No entanto, as últimas são excelentes para águas espelhadas;)

José Gomes Torres disse...

Concordo Sérgio! Mas noutros locais e noutras circunstâncias, poderá ser outra a fazer perder a cabeça aos peixes.
Em água doce, as coisas não são assim muito lineares e cada qual tem o seu valor...