A truta fário, cuja pesca já aqui foi abordada diversas vezes, é sobejamente conhecida dos pescadores de águas interiores do centro e norte do país. É a nossa truta autóctone que evoluiu ao longo de milhões de anos em cada um dos rios e ribeiras, adaptando-se às condições físico-químicas de cada curso de água, bem como ao alimento disponível em cada um deles. Por isso mesmo pode ser bastante diferente no aspecto físico, às trutas de ribeiras relativamente próximas.
Umas são mais esguias, outras mais escuras, outras ainda com as três manchas laterais mais pronunciadas, ou com as pintas mais escuras e menos pronunciadas. De um modo geral, o dorso é castanho a esverdeado, os flancos esverdeados/amarelados e ventre claro. O corpo é salpicado de manchas negras e vermelhas, apresentando três manchas escuras grandes, mais ou menos perceptíveis. Possui como todos os salmonideos, uma barbatana adiposa acastanhada.
Só vive em águas correntes, bem oxigenadas, despoluídas e frias. Alimenta-se principalmente de invertebrados, larvas de insectos aquáticos e pequenos peixes, gafanhotos e anfíbios.
Alguns exemplares destas trutas, tornam-se migradoras sem que ainda os cientistas consigam muito bem entender este acontecimento. Depois de atingirem algum tamanho – dois a três anos, descem os rios e chegam ao mar e mantendo-se na água salgada até atingirem a maturidade sexual. Regressam aos rios para desovar, dando continuidade ao seu ciclo natural, apresentando-se fisicamente bastante diferentes da vulgar truta que desceu o rio, anos antes.
A sua tonalidade geral apresenta-se agora mais clara e prateada, confundindo-se por vezes com o primo salmão, contribuindo em muito o novo aspecto do maxilar inferior, ligeiramente curvo para cima. Também o paladar e a tonalidade da sua carne se modificou, adquirindo uma cor “salmão”, fruto por certo do novo regime alimentar à base de marisco, sobretudo camarões.
Infelizmente esta viagem para as nossas trutas autóctones é cada vez mais difícil para não dizer impossível. Actualmente apenas nos rios Minho e Lima (Antunes & Weber 1990, Valente & Alexandrino 1990), apresentam formas migradoras da truta fário. Mas ao tempo a que foram efectuados estes estudos, provavelmente já nem nestes rios existem trutas mariscas...
Espécie desportiva por excelência, pode ser pescada a spinning ultra ligeiro, com colheres rotativas ou pequenas amostras duras, ou ainda à pluma nas pequenas ribeiras. Nas albufeiras onde se encontra, em particular nas construídas em rios salmonídeos, podem ser utilizadas as habituais técnicas de spinning.
3 comentários:
a dias tirei uma parcida talvez ate maior e claro devolvi..so as trago comigo na maqiuna fotografica...
Olá Carlos!
Pois, às vezes tiram-se umas maiores! As minhas trago-as comigo, mas também na máquina fotográfica!
Duram mais tempo...
ola. se quiserem pescar trutas grandes venham a são João do monte mas primeira tirem diária no café ponte nova
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