Como manda a tradição, dia 16 de Maio ao calhar num fim-de-semana, para nós é dia de pesca pela certa. Este ano, a desova da maioria dos achigãs estava francamente atrasada, devido às condições climatéricas adversas que originaram atrasos no aumento da temperatura da água, evidenciados pelos 17 graus que indicava o termómetro da sonda.
Rapidamente confirmamos isso. O sortudo do costume, logo nos primeiros lançamentos, engana um achigã que depois de ter testado o fio de 0.25mm com uma série de desconcertantes corridas, rendeu-se e foi recolhido a bordo. Pesou 2,300Kg. Foi libertado com carinho, porque estes grandes exemplares são extremamente preciosos numa massa de água. São importantes devido ao seu potencial genético, coisa que muitos pseudo-pescadores ainda não entenderam quando sacrificam os grandes exemplares, sejam de que espécie for, e neste caso em particular se estiverem a proteger a geração desse ano. A quem é que lembra matar uma galinha, enquanto choca os ovos?
Como tal, abandonamos o local e procuramos zonas mais íngremes, onde dificilmente haveria peixes nesta condição fragilizada.
Entretanto, deparamos com uma alimentação frenética de carpas e barbos à superfície que devoravam pequenos escaravelhos caídos na água, numa quantidade nunca vista. Não me lembro de alguma vez ter presenciado tal fenómeno!
Encostamos o barco na margem e numa de pesca à pluma, aproveitamos a oportunidade.
Os escaravelhos eram tantos, bem como as carpas e barbos, que num dos meus lançamentos e enquanto olhava para o meu escaravelho, sinto um violento puxão na cana, sem perceber muito bem porque razão.
Quando olho na direcção da linha, abandonando o “meu escaravelho” fabricado em espuma preta de chinelo a 1€ o par, constato que aquele que eu estava a “guardar”, não era o meu escaravelho, mas sim um verdadeiro, porque o meu estaria umas dezenas de centímetros ao lado, levando a que uma carpa o atacasse sem que eu me apercebesse.
Mais uma das cenas insólitas da pesca, das que acontecem só a mim. Fiquei também com a convicção que deveria consultar um oftalmologista…
O sortudo, deu uma valente tareia nos barbos e carpas o resto da tarde enquanto eu descansava a vista e conversava com amigos.
Não incomodamos mais as “galinhas” que tomavam conta dos ovos…
8 comentários:
Que belos "peixes"!!!
Com e sem barbatanas hehehe!
Beijinhos
São
Belíssima abertura de temporada, querido irmão de alem mar, Gomes,
E que belos peixes. Não temos esse barbo por aqui, mas as carpas sim, em alguma quantidade. Não são tão valorizadas como por aí, mas costumam render belas pescarias a quem a elas se dedica.
Mais uma vez, parabéns pelo relato tão cheio de vida.
um abraço
Começo a ficar preocupado contigo, GT...
O maçarico passa-te sempre a perna! :)
Um abraço.
Fenix e Junior, obrigado pelas vossas palavras!
Sérgio, sabes que os bons mestres conseguem que os seus alunos sejam melhores que eles, não é?
Eu não me preocupo nada, isso dá-me tranquilidade, fiz bem o meu trabalho!!!!
Um abraço a todos!
Ola!!
curioso ver esses bixinhos junto da água, parece que os POA's só servem para quem faz desporto :|
Enfim!!
A sorte ensina-se? interessante :)
um abraço p\ todos
Fizeste um excelente trabalho.
O puto preocupa-se com a preservação da natureza e é bom pescador;)
Um abraço.
Boas amigo!!
É verdade! O puto já te ensina umas coisas e não é de agora.
Parabens ós dois pelos peixinhos e a ver se marcamos uma jorndada «carpeira» na marateca um dia destes,alem que quero tambem te pagar o meu calote!!
Fui lá na semana passada e já me estrei nas carpas.
Sérgio Carvalho, sim os POA´s só servem para alguém defender o seu emprego. Fiscalização não há ou então preocupa-se com o que menos importa, é ou não é? Sabemos bem que sim...
Sérgio Fereira, pois, é verdade! Ele já pesca quase há tantos anos que eu :-)
Já me ensina muitas coisas, sim. Nomeadamente na pesca à pluma em que levo cada tareia...Mas eu também tenho humildade para aprender. O teu calote está quase do tamanho do PIB... Temos que apanhar mas é uns peixes e fica descansado!
Abraço a todos.
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