
Um quê ? …
Jig… Isso mesmo. Pronuncia-se como se lê, sem entoação nenhuma! Não são muitos os pescadores que o usam, mesmo quem pesca com mais frequência e mesmo quem pesca embarcado.
Fisicamente um jig é bastante simples. Trata-se dum anzol, relativamente forte e grande, (geralmente entre os tamanhos 3/0 e 5/0) tendo junto à argola onde se empata o fio, um pedaço de chumbo em forma cónica ou esférica, habitualmente pintado. A amostra fica completa com um conjunto de finas tiras de silicone ou borracha, a que habitualmente se dá o nome de “saia” e com um dispositivo constituído por filamentos de plástico rijo que saem da “cabeça” de chumbo em direcção ao bico do anzol, sobrepondo-se ao mesmo. Este dispositivo denomina-se “anti-erva” e tem o importantíssimo papel de reduzir ou evitar que o anzol se prenda pelos sítios por onde passa, mesmo na vegetação e arbustos mais densos que possam existir.
Recentemente muitos jigs vêem equipados com um pequeno tubo colado ao corpo do anzol, com algumas esferas metálicas, com o fim de produzirem sons de forma a que o isco seja mais atractivo e ao mesmo tempo, mais facilmente localizável em condições de água mais barrenta ou menor luminosidade.
Este isco tem no entanto a particularidade de raramente se usar por si só. Ou seja, quase nunca se utiliza para pescar tal como foi descrito anteriormente. Normalmente utiliza-se com um “atrelado” que, tal como o nome sugere (dando a ideia que é rebocado), é aplicado na zona mais direita do anzol, que o veste e compõe para que fique mais atractivo pelo movimento, cor e sabor que se lhe adiciona.
Quanto aos pesos que habitualmente se utilizam, tenhamos em conta que nesta forma de pescar todo o material é peso-pesado. Os mais utilizados são os de 10 a 15 gramas.
Atrelados ou “trailers”
Nesta parte dos atrelados ou “trailers” como dizem os americanos, não existem regras, sendo o limite a nossa imaginação.
No entanto, o atrelado mais utilizado com o jig, é o courato de porco. Trata-se de um pedaço de pele de porco e alguma gordura, que pode ter vários formatos e cores. Os mais comuns têm a forma de pernas de rã - “pork frog” ou de lagostim - “pork craw”.
Estes atrelados como são fabricados com uma matéria perecível, são adquiridos em pequenos frascos onde estão mergulhados num líquido que os conserva. É de evitar porém, que fiquem sujeitos a altas temperaturas de Verão e mesmo assim têm algum tempo limite de conservação. Esta combinação do jig com o atrelado de courato de porco, é conhecida geralmente na gíria dos achiganistas por “jig-and-pig”.
Actualmente os atrelados em plástico mole são mais utilizados, tendo como base os lagostins e minhocas. Para além destes, nada nos impede de utilizarmos outros atrelados, como seja uma minhoca com a cauda mais comprida e ondulante ou até uma salamandra de plástico.
Nos últimos anos surgiu no mercado a combinação do courato de porco com um isco plástico. O resultado é um isco com a forma de um courato de porco - geralmente na versão “frog”, mas fabricado em plástico mole, que por questões de durabilidade têm vindo a ganhar adeptos entre os pescadores, também em boa parte devido à comodidade de utilização.