"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

domingo, 2 de março de 2008

Trutas, raras...


Dia 1 de Março é dia de abertura oficial para a pesca à truta. Oficial, porque para muitos a época já abriu há muito tempo. Por toda a zona centro e norte do país, alguns aficionados desta pesca percorrem as margens de ribeiros com águas cristalinas e frias à procura de um peixe difícil, arisco, lutador e cada vez mais raro.
É uma pesca difícil, esta. É difícil percorrer as margens cheias de matagal, silvas e árvores tombadas pelas cheias, ainda do ano passado. Pescar uma truta também é difícil. Especialmente porque este peixe é perseguido pelo Homem, que também lhe suja as águas com resíduos e com as modernas ETAR´s. Nota-se um sedimento no fundo, que decididamente não faz parte do habitat de uma truta.
Nota-se nas margens a erva pisada recentemente em locais inacessíveis, em carreiros feitos por pessoas que não vão lá apenas para ver a água.
Pena é que o ICNB – Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade que preconiza uma desprotecção das espécies exóticas, como o achigã e a carpa, não se preocupe minimamente em proteger as espécies autóctones, como a preciosa truta.
O resultado de uma manhã de pesca de três pescadores saldou-se numa truta “especial”, com cerca de trinta centímetros que foi cuidadosamente devolvida à água. Especial, porque é mesmo única, uma vez que tinha uma enorme pinta preta, com cerca de um centímetro e meio, no seu lado esquerdo.

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