"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Os cinco sentidos


Os achigãs, bem como os restantes peixes e embora com aptidões diversas mas à semelhança dos seres humanos, possuem sentidos que utilizam de maneira muito parecida com a nossa.
O sentido que o achigã utiliza com mais frequência e aquele que é mais vital para a sua sobrevivência é sem sombra de dúvida a visão. Embora os olhos, ao estarem colocados um de cada lado só lhe permitam visão bifocal a escassos centímetros, conseguem distinguir cores se houver luz suficiente, sendo o vermelho a cor que melhor detectam, segundo estudos efectuados. Em situações de pouca luz apenas têm visão monocromática (preto e branco), mas apesar disso vêm melhor que os humanos, nas mesmas condições. Atendendo ao facto dos dois olhos se encontrarem no topo da cabeça, indicam que estão preparados para detectar facilmente presas e alimento que esteja num plano superior.
A audição é provavelmente o segundo sentido mais utilizado. Embora possua ouvidos internos situados logo atrás dos olhos que lhe permitem captar sons de alta frequência, (vibrações), é a linha lateral, zona que se estende lateralmente de ambos os lados do peixe desde os opérculos até à cauda que lhe permite detectar sons de baixa frequência produzidos até próximo dos 25 metros de distância.
O olfacto funciona pouco antes do peixe morder qualquer coisa e a uma distância relativamente curta. No entanto, à medida que o peixe vai crescendo, este sentido vai-se apurando visto que os órgãos detectores são em maior numero num peixe com dois quilos do que num com trezentas gramas.
O gosto e o tacto são utilizados logo que se dá o contacto do peixe com aquilo que mete na boca. De salientar que nos peixes, o tacto está na boca visto que é a única forma que têm para “pegar” nas coisas. Como se deve calcular um achigã terá mais probabilidades de “cuspir” de imediato um objecto duro e sem qualquer tipo de sabor, do que um que seja macio e que liberte uma substância que lhe sugira algo comestível. Daí o facto de actualmente se desenvolverem muitas amostras de plástico mole impregnadas de cheiro e de sabor, uma vez que estes dois sentidos estão interligados. Inclusive existem produtos à venda no mercado que são utilizados para dar cheiro e sabor ás amostras que não os trazem de origem, como é o caso dos iscos artificias fabricados em balsa ou plástico.
Texto da minha autoria, publicado no Jornal "A Voz do Campo" em Agosto de 1999

2 comentários:

Anónimo disse...

muito bom esse texto dos cinco sentidos ja agora sou o pedro nascimento e tenho um blog em fase de inicio e gostava muito que o visita-se em virtude de ser bom entendedor da pesca ao achigã ca vai o nome do blog www.pedrojdntim.blogspot.com

José Gomes Torres disse...

Olá Pedro, obrigado pelo comentário.
Vou concerteza passar pelo seu blog.