"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A hipocrisia no seu melhor!



Quando há uns dias pesquisava sobre determinado assunto de pesca, deparei-me com um espaço verdadeiramente sui generis.
Trata-se, como tantos outros, sobre uma espécie de organização de defesa dos direitos dos animais (que tal se o fizessem de pessoas em dificuldades económicas?), com supostas alegações de dor e sofrimento dos peixes, quando presos no anzol.
Pessoalmente não tenho qualquer dúvida que causo desconforto e sofrimento a qualquer peixe que se espete nos meus anzóis. Não tenho qualquer dúvida também, que quando pesco no mar e resolvo sacrificar alguns para comer, lhes causo sofrimento e morte por asfixia, porque os vejo nitidamente em sofrimento até ao seu final. Mas eu também sofro e tenho stress diariamente nos engarrafamentos, com os malucos que andam na estrada, com o meu trabalho. Apesar disso e como me apercebo desse sofrimento dos peixes, os maiores (que são cada vez menos) e que permitem esta estocada final, mato-os rapidamente, para que não sofram gratuitamente. Faço-o o mais depressa possível e com todo o respeito pelo animal que me proporcionou momentos de adrenalina, além de me proporcionar alimento de qualidade, sem rações de crescimento rápido.
Quando deparo com um espaço destes, a primeira coisa que me questiono é se estas pessoas não comem carne ou peixe. Muitos, são tão fundamentalistas que não comem, sei-o bem, são vegetarianos. Mas apesar disso, comem também seres vivos, como o são a alfaces, as beterrabas ou as substâncias dos tofús e dos seitans. Aliás, é do conhecimento científico que algumas plantas detectam a presença dos seus comedores e acrescentam determinadas substâncias aos seus sucos para que se tornem desagradáveis ao sabor. É bem conhecido o caso das acácias africanas que libertam substâncias venenosas, para se defenderem dos animais. Além disso, libertam também aromas para a atmosfera, que avisa literalmente as plantas vizinhas, da aproximação dos comedores de plantas. É caso para perguntar:
-E estes seres vivos vegetais, não têm direitos e podem ser comidos, causamdo-lhes sofrimento? Mas o mais caricato desta página é que nela própria, por vezes existem vários links de publicidade a artigos de pesca desportiva, paga por clic e que reverte a favor da organização!
Ou seja, visita-se uma página que está contra uma determinada actividade, mas ao lado há publicidade directa e renumerada, a essa mesma actividade! Incrível, não é?
Esta organização não merece, por estes motivos, a publicidade que lhe estou a fazer e consequentemente um incremento de visitas na sua página. Nem sequer um clic nos seus links.
Mas pelo menos, é caso para dizer mais uma vez “ Ele há coisas deprimentes, não há?”

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