Numa das nossas idas à pesca, encontramos uma ave de rapina empoleirada num fio de telefone, mas com grandes dificuldades em se manter equilibrada.
Algum tempo depois, voou até ao chão perto de nós. Nitidamente era uma águia em apuros porque desxou que nos aproximassemos sem voar.
Enfiei as "luvas de mudar pneu" e mão à obra. Aproximei-me lentamente e com um movimento rápido, apanhei-a segurando-lhe o pescoço para evitar um bicada dolorosa.
Foi levada para o SEPNA onde deixei o meu contacto e pedi que me dessem notícias. Disse também que se fosse possível a sua devolução à Natureza, gostaria que fosse eu ou o meu filho a fazê-lo.
Posteriormente e pelo jornal soubemos que se tratava de uma águia de ása redonda, com uma entorse numa pata, aparentemente sem grandes complicações.
Soube também que foi entregue no Centro de Recuperação de Aves em Castelo Branco, de onde nunca recebi notícias, já lá vão quase cinco meses.
Lamentávelmente parece que não há consideração por quem tem interesse em preservar a Natureza.
Fica aqui publicamente o meu voto negativo por esta postura, nem importa de que entidade.
3 comentários:
Caro Sr. Jose Gomes Torres,
Tomamos conhecimento da sua indignação referente a uma águia de asa redonda recolhida por si no dia 7 Setembro de 07 e que fazia alusão à sua entrada no CERAS ( Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo) centro esse gerido pela Quercus.
Fomos verificar nos arquivos a situação, a qual muito estranhamos, pois a prática comum no CERAS comunicar com as entidades ou pessoas que entram animais ao CERAS a informar do estado da ave e caso ocorra o momento da sua devolução ao meio natural.
Neste caso em particular a ave deu entrada no CERAS no dia 7 de Setembro de 2007 através do SEPNA, foi estabilizado e entregue ao ICNB (PNTI) no dia 12 Setembro. Pois neste período o CERAS estava com a actividade suspensa, devido ao cancelamento do apoio anual que o ICNB dava ao CERAS, tendo sido retomada a actividade apenas alguns meses depois, após ter sido obtido o apoio do CONTINENTE.
Sugerimos que entre em contacto com o PNTI no sentido de averiguar o desfecho deste caso.
Com os melhores cumprimentos,
Pela Quercus
Samuel Infante
Quercus A.N.C.N.- Núcleo Regional de Castelo Branco
R. Dr. João Frade Correia Lote 7, loja direita, fracção B
6000-352 Castelo Branco - PORTUGAL
tel/fax:++351 272 324 272
Skype: quercus_cb
E.mail :castelobranco@quercus.pt
www.quercus.pt
Caro Sr. Samuel,
Suponho que teve conhecimento de um pequeno texto que saiu no Jornal Reconquista na ocasião e sobre este tema. O objectivo desse texto foi só e apenas chamar a atenção dos leitores em primeiro lugar para a necessidade de preservação das rapinas e por outro servir de exemplo de como proceder quando encontram uma ave ferida.
Foi também através do mesmo texto que tive conhecimento de que a ave tinha sido entregue ao CERAS, era uma águia de asa redonda, e tinha uma entorse numa pata. De outra forma, nunca saberia mais nada sobre ela desde a hora em que a deixei na GNR… O jornal, tentou saber mais, para produzir a noticia. Eu resolvi apenas ficar á espera daquilo que me parecia legítimo, pelo facto de a ter entregue….
Não é o primeiro animal que encontro ferido ou fragilizado. Há uns anos encontrei um corvo, por indicação de umas crianças que brincavam na rua e entreguei ao Parque Natural da Costa Vicentina, depois de gastar muitos telefonemas para a GNR (não existia o SEPNA à altura), SPEA, etc, etc… Ao fim de uns bons 10 dias, lá foi um guarda do PNCV recolher o bicho e nem uma caixa de cartão levou…
Infelizmente, raramente o sistema funciona ao contrário do que afirma. O facto de me dizer que a ave foi entregue ao PNTI, e o CERAS não me ter informado disso, dá-me razão ao afirmar que o sistema não funciona ou pelo menos, às vezes funciona mal.
O facto de ter perdido o rasto desta águia de asa redonda, e uma vez que a prática comum no CERAS é comunicar com as entidades ou pessoas que entregam animais e informar do estado da ave e caso ocorra o momento da sua devolução ao meio natural - como refere no seu comentário –, é uma realidade incontornável. No mínimo poderiam ter-me enviado uma mensagem, pelo menos, (deixei o meu contacto, que deve constar do processo que refere) informando da sua transferência para o PNTI. Teria então sido feito o que deve ser feito e eu não tinha perdido o rasto do animal e saberia – como soube agora – que teria sido entregue ao PNTI.
Receio agora que, ao reencaminhar o seu mail para o PNTI, indagando o destino da ave, não obtenha resposta, como aliás já estou habituado.
Mas já que o tema foi abordado e considerando a sua informação, fá-lo-ei e irei aguardar pelos resultados, que certamente irei publicar no blog.
Mais curioso e só para reforçar que há várias coisas não batem certo, a águia foi encontrada e entregue em Maio/Junho de 2007, faltando agora saber onde esteve até ao dia 7 de Setembro que refere como ter sido recebida no CERAS. Basta-me ver o registo do dia em que as fotos foram tiradas para me certificar da data exacta. Onde esteve no intervalo de tempo entre Maio/Junho e 7 de Setembro?
Com os melhores cumprimentos,
Gomes Torres
Efectivamente, pude verificar nas "propriedades" das fotos tiradas nesse dia que a ave foi encontrada e entregue ao SEPNA no dia 7 de Junho de 2007. Onde esteve até ao dia 7 de Setembro? Espero que não se tenham esquecido dela na caixa de cartão, durante estes 3 meses...
Já seguiu o mail para o PNTI. Daqui a uns meses far-se-á uma actualização...
Isto é piada, claro.
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