Anzol de farpas, vulgarmente utilizado para iscos naturais
Este método exige um alicate de corte, suficientemente robusto e capaz de cortar o aço-carbono dos anzóis, em especial os de maior dimensão. A vantagem deste método de remoção é ser normalmente bem sucedida, mesmo em anzóis grandes.
Depois de cortar a farpa, retirar o anzol, puxando em sentido contrário
A técnica de avanço, corte e retrocesso é mais indicada quando o anzol está próximo da superfície da pele, já no sentido da saída da mesma.
O objectivo é aceder à farpa do anzol – pode ser necessário prosseguir com a penetração! – cortar o anzol após a mesma com o alicate de corte e retirar o anzol no sentido contrário ao da sua entrada.
Em anzóis espetados profundamente pode ser necessário fazer avançar o mesmo para aceder à farpa
Como em todos os métodos referidos, estas operações devem ser efectuadas com destreza e rapidez de forma a diminuir o stress da vítima.
Técnica de Corte e Avanço do Anzol
Relativamente parecida com a técnica anterior, também exige a utilização de um alicate de corte adequado. Neste caso a parte do anzol que se deve cortar é a argola ou patilha de empate, consoante o tipo que o anzol em causa disponha.
Depois do corte, fazer avançar o anzol, puxando-o pela parte já exposta do bico
Este método é particularmente adequado quando o anzol possuiu farpas múltiplas e estas estejam enterradas. Estes anzóis são bastante utilizados na pesca com iscos naturais - vermes, com o objectivo de segurar com mais eficácia o isco o corpo do anzol.
Passa assim por ser o método alternativo ao anterior, empregado quando não é possível retroceder o movimento do anzol, caso as farpas adicionais tenham penetrado na vítima.
Depois de cortado o dispositivo de empate (argola, olhal ou patilha) faz-se avançar o anzol de forma a poder ser retirado, por exemplo, com a ajuda do mesmo alicate, sem no entanto o cortar.
Conclusão
Estas intervenções, apesar da aparente facilidade de execução, não são fáceis de realizar. Os intervenientes devem estar conscientes de que há necessidade de algum à-vontade e até algum sangue-frio, para que sejam bem sucedidas. Recorrer aos cuidados dos profissionais de saúde deve por isso ser – reforço a ideia – obrigatório sempre que nos assalte qualquer dúvida de como proceder ou se a vítima não apresentar serenidade que permita que qualquer uma destas técnicas seja realizada no local onde ocorreu.
É que pode até acontecer em casa, quando preparamos baixadas, estralhos, terminais ou substituímos anzóis triplos e afins!
Recomendações
Tipos de anzol
Existem inúmeros tipos de anzóis, concebidos para as mais diversas modalidades de pesca. O seu formato deve ser considerado, quando precisamos de os remover de um local em que se espetou acidentalmente.
Os anzóis triplos
No caso de anzóis triplos e múltiplas penetrações, a tarefa poderá ficar mais facilitada se separar cada anzol espetado, retirando-os um a um e utilizando depois a técnica mais adequada a cada um. No entanto, se estiver apenas um dos anzóis envolvido, poderá ser mais fácil manusear o conjunto, se utilizar as técnicas da linha de pesca e do avanço, corte e retrocesso. Ainda assim, vale a pena eliminar os bicos e farpas dos restantes que não estejam cravados, evitando assim novas picadas acidentais, quer ao paciente quer a quem o tenta ajudar.
O anzol triplo deve merecer uma atenção especial
Kit de emergência
Por uma questão de precaução, tenho no meu barco, aquilo que considero o Kit de Emergência para estas ocasiões:
- Um alicate de corte - capaz de decepar anzóis 5/0 de mar, um spray anestesiante, bisturis em embalagens individuais esterilizadas, algumas comprensas, soro fisiológico para limpeza de feridas, desinfectante tipo Betadine, algodão em rama e pensos de vários tamanhos.
Considere que o gelo ou os acumuladores térmicos de frio da nossa geleira, quando disponíveis, podem servir em caso de necessidade, como um anestesiante de recurso.
Kit de emergência para anzóis espetados acidentalmente
Normalmente, nestes casos em que procedemos à remoção dum anzol, não é necessário recorrer à administração de antibióticos, mas como sabemos, qualquer cidadão deve ter a vacinação anti-tetânica em dia, que recordo, deve ser administrada de dez em dez anos, até ao fim das nossas vidas.
Ainda assim, depois de qualquer intervenção deste género, deve-se quanto antes proceder à desinfecção do ferimento com qualquer produto do género Betadine, mantendo a terapêutica e os necessários cuidados de verificação até à cicatrização da ferida.
Texto da minha autoria e publicado na revista Mundo da Pesca, Especial Mar 2009
1 comentário:
Un post muy interesnte, siempre es bueno saber como actuar con un anzuelo clavado.
Muchas gracias.
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