"Se as várias estimativas que temos recebido se concretizarem, em 40 anos ficaremos sem peixe"

- Pavan Sukhdev, economista e consultor da ONU, sobre o eventual esgotamento dos recursos piscícolas a nível mundial, em 2050 (In Visão 20/26 Maio 2010)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Petição Contra Medidas de Erradicação da Carpa e do Achigã


Promovida pela APCF (Associação Portuguesa de Carp Fishing) está a decorrer uma petição on-line, contra as medidas previstas de erradicação de espécies exóticas, concretamente as duas mais importantes do panorama de pesca em águas interiores do nosso país: a carpa e o achigã.

Apela-se a todos os simpatizantes da pesca a estas espécies, lojistas, importadores, e demais entidades ligadas à pesca, que tomem como comum esta frente de oposição a tais medidas.

Esta petição tem como destinatários o ICNB, a ANF, o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e o Sr. Presidente da República.

Para mais informações sobre este assunto e sobre a postura do ICNB sobre as espécies exóticas consulte-se a página do referido Intituto aqui.
Pode também aceder à página que o Instituto criou, com a base técnica de revisão do Decreto-Lei nº565/99, de 21 de Dezembro

domingo, 26 de abril de 2009

O Livro Vermelho dos Vertebrados


O ICNB – Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade edita periodicamente um documento das espécies de vertebrados existentes em Portugal, com estatuto considerado preocupante quanto à sua existência presente e futura: O Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.
Os Livros Vermelhos são considerados documentos estruturantes de uma política de conservação da natureza, constituindo uma ferramenta da maior utilidade no contexto da conservação das espécies da flora e da fauna selvagens e respectivos habitats. Por outro lado, devem constituir obras em permanente actualização, reflectindo cada edição o melhor conhecimento científico disponível. A sua elaboração deve ser considerada como uma tarefa de interesse público e mobilizadora de todos os que disponham de informação relevante e actualizada para a avaliação do estatuto das diferentes espécies, nomeadamente entre a Comunidade Científica.
Os Livros Vermelhos existentes em Portugal datam de 1990 (Mamíferos, Aves, Répteis e Anfíbios), 1991 (Peixes Dulciaquícolas e Migradores) e 1993 (Peixes Marinhos e Estuarinos) encontrando-se a sua informação desactualizada. (Fonte ICNB)
No caso das espécies Dulciaquícolas e Migradoras, considera o referido Instituto as abaixo listadas. Falta perceber – uma vez que não é referido - quais as medidas tomadas pelo ICNB para combater o estado critico de algumas espécies. A larga maioria, como se pode constatar, não partilha os seus habitats claramente de águas correntes, com as espécies exóticas principais, que frequentemente são culpabilizadas pela sua regressão populacional.

- Clique no nome para aceder à ficha da espécie Dulciaquícola e/ou Migradora constante no Livro Vermelho -
Sável - Alosa alosa
Savelha - Alosa fallax
Enguia-europeia - Anguilla anguilla
Peixe-rei - Atherina boyeri
Barbo-de-cabeça-pequena - Barbus microcephalus
Barbo do Sul - Barbus sclateri
Barbo de Steindachner - Barbus steindachneri
Boga do Sudoeste - Chondrostoma almacai
Boga-de-boca-arqueada - Chondrostoma lemmingii
Boga-portuguesa - Chondrostoma lusitanicum
Boga do Guadiana - Chondrostoma willkommii
Verdemã do Norte - Cobitis calderoni
Esgana-gata - Gasterosteus gymnurus
Lampreia-de-rio_Lampreia-de-riacho - Lampetra fluvaitilis_Lampetra planeri
Lampreia-marinha - Petromyzon marinus
Solha-das-pedras - Platichthys flesus
Caboz-de-água-doce - Salaria fluviatilis
Salmão do Atlântico - Salmo salar
Truta-marisca - Salmo trutta
Escalo do Arade - Squalius aradensis
Escalo do Sul - Squalius pyrenaicus
Escalo do Mira - Squalius torgalensis

terça-feira, 21 de abril de 2009

Pequenas, mas lutadoras


Aproveitando umas horas de disponibilidade à tarde, rumei a um dos nossos regatos favoritos e secretos que só tínhamos visitado sem muito sucesso nas últimas saídas de trutas.
Como chegamos à conclusão que nos rios de maior dimensão, nos limitamos a passear e avaliar o deplorável estado em que se encontram estes recursos naturais, seria talvez tempo de tentar águas mais pequenas, mais limpas e menos poluídas e supostamente menos pressionadas pela pesca.
Com estas linhas de água são de pequeno caudal, são bastante arborizadas sobretudo por amieiros, cuja copa forma um túnel impedindo ou limitando drasticamente a pesca à pluma o que me levou a recorrer ao spinning ultra ligeiro, uma vez que não embarco em fundamentalismos patéticos. Cana Precision Spin da Vega, com apenas 1,35 e um micro carreto Vega Lupo, carregado com 0.20 de nylon Megaline e está a ferramenta pronta. Depois de uma pequena incursão no local habitual, com apenas duas capturas pequenas mas endiabradas, decidi visitar o diminuto ribeiro mais à frente, onde nunca tínhamos pescado.

O dia chegava depressa ao fim, e a conversa com um senhor que ia a passar de tractor, que tinha perdido as cabras que apascentava, tinha um moinho no ribeiro já ali e fez questão de o ir mostrar, atrasou-me um bocado o inicio do novo raid. Certamente não teria muitas oportunidades de mostrar a sua obra-prima e eu, honesto apreciador da habilidade de pessoas que do nada ou quase, consegue fazer muito, não me fiz rogado e saquei de imediato da máquina dos retratos.


De facto é impressionante o engenho das pessoas, que reutilizam uma tampa de esmalte dum fogão velho e fazem um registo para regular a água para o moinho, de pneus velhos sobrepostos e espaçados fazem degraus para a serra, dum pedaço de arame retorcido fazem um actuador para fechar a água, e cumulo dos cúmulos inventam um sistema tosco mas funcional que pára individualmente as mós, quando se acaba o grão para moer no alimentador!
Mas a água chamava-me… prometi que se visse as cabras as traria de volta e lá me fui pisgando enquanto me despedia, "até um dia destes…"


Mais uma pequena truta capturada e lutadora, uma perseguição furiosa quase até fora de água, mas todas pequenas também. Foi retirada do anzol sem danos de maior, cuja barbela é sempre esmagada e libertadas para crescerem mais e se lembrarem que nunca se devem atirar furiosamente a tudo o que brilha na água.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sem eira nem beira

Os Xutos, a minha banda portuguesa preferida – desde o tempo de “Sémen” - lançou há dias um novo album.
Actual, pertinente, incómodo, mas sem dúvida necessário. Há muito que não se fazia música de intervenção.
Desde os tempos do facismo.
Será essa a explicação?


LETRA

Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou - bem

Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar
Despedir
E ainda se ficam a rir

Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor

Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir
Encontrar
Mais força para lutar...

(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer

É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir

Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar
A enganar
o povo que acreditou

Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar...

(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder

Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O renovado Planeta Pesca


O mais antigo e participado portal dedicado à pesca em todas as vertentes do nosso país, está renovado e com um novo visual, mais agradável e dinâmico. Depois de algum tempo em trabalho de bastidores, o Planeta Pesca surge novamente on-line, desta vez com um staff mais alargado.

Há inúmeras novidades, como a secção Comunidade, um novo Fórum de Pesca, Fotos e novos Classificados. A Administração promete ainda muitas outras inovações que irão ser integradas, com vantagens para os utilizadores.

As notícias sobre o tema da pesca e suas envolventes terão uma maior actualização, vão ser mais dinâmicas e mais frequentes.

Como todos os espaços de utilização gratuita, a participação e colaboração de todos é o motor que dinamiza e motiva a equipa que gere este espaço a continuar a fazer mais e melhor.

O meus votos de um bom trabalho à equipa!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

As marés e a pesca


Não há pescador de mar que se preze, que não traga sempre debaixo de olho um pequeno livrinho chamado “Tabela das Marés”. Nem que seja só para saber se vai estar a “encher” ou a “vazar” quando chegar ao pesqueiro, ou como vai ser durante a jornada de pesca...
As marés são, como é do conhecimento geral, resultado da influência gravitacional da Lua e do Sol em menor escala, no nosso planeta. Estes astros, proporcionalmente ao seu tamanho e distância a que se encontram de nós, exercem uma força de atracção sobre o lado do nosso planeta que para eles está virado. Também no extremo oposto do planeta se verifica o mesmo fenómeno, ou seja, sempre que por cá temos uma maré alta (preia-mar), no lado oposto do nosso planeta constata-se uma maré alta, também. Nas zonas intermédias verificam-se marés baixas (baixa mar). Devido à fluidez da água, formam-se como que dois “montes de água salgada” em dois pontos opostos da Terra, estando sempre um destes “montes” virado sensivelmente para a Lua. Sensivelmente, porque o Sol embora maior, está muito mais longe, sendo por isso a sua influência, menos de metade que a influencia da Lua. Vale a pena sublinhar que um dos “montes de água” está sempre apontado para a Lua e que a Terra no seu movimento de rotação é que se desloca.
A periocidade deste ciclo é de vinte e quatro horas e cinquenta minutos, o mesmo tempo da duração do dia lunar. Assim, durante este período, existem duas marés cheias e duas marés vazias. Na Lua Nova e Lua Cheia, as forças de atracção do Sol e da Lua somam-se, dando origem às marés mais altas - as Marés Vivas e mais baixas do ciclo - as Marés Mortas.

Influência na pesca
As meias-marés, são aquelas que não sobem muito, mas também não descem muito. Correspondem aos quartos da Lua, sejam crescente ou minguante. Não se formam grandes correntes de água, mais detectáveis para quem pesca nos molhes de entradas das rias ou estuários. Por outro lado, não existe grande movimentação de peixes, que acabam por se manter mais localizados e durante mais tempo. Indicia também menos facilidade de obtenção de alimento uma vez que este não é trazido pelas correntes marítimas e não existe muita erosão nos fundos marinhos que liberte esse alimento. É o período ideal para pescar à bóia e com material mais leve, quer em termos de diâmetros das linhas, quer de peso dos chumbos.
Nas marés vivas existe maior movimentação de tudo o que está na água, quer de peixes, quer de alimento. Neste caso, em situações de marés cheias, detectam-se muitas vezes algumas espécies de peixes que se encontram geralmente em águas mais profundas, e que foram arrastados pelas correntes ou que se deslocam para este novo habitat temporário. A força das correntes revolve com facilidade o leito do mar, pondo a descoberto e até libertando muito alimento que de outra forma estaria inacessível. Os peixes mais pequenos aproveitam este período de abundância e alimentam-se com frenesim. Por sua vez, os predadores aproveitam também a movimentação dos peixes-alimento para fazer o mesmo, o que desencadeia uma intensa actividade a todos os níveis da cadeia alimentar. Para além de soltar alimento, as marés vivas libertam também algas que muitas vezes nos dificultam a pesca tornando-a até impossível em determinados locais. Em termos de materiais pesca permitem-se linhas fortes (normalmente a água está também mais escura) e chumbadas mais pesadas, que não sejam arrastadas pelas correntes.
Em jeito de conclusão, é senso comum dos pescadores de mar que as últimas horas da enchente e as primeiras da vazante, qualquer que seja o tipo de maré, são as que proporcionam as melhores condições. A corrente da enchente está já a decrescer, atinge-se a maré cheia (muita água, muito peixe?) e inicia-se lentamente acorrente de vazante.
(Texto da minha autoria, publicado no Correio da Manhã de 1 de Setembro de 2002)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

ANPLED na rede


A Associação Nacional de Pescadores Lúdicos e Desportivos, já tem um sítio oficial na internet após a realização da escritura pública em 27 de Fevereiro de 2009.
Embora em construção, tal como toda a estrutura da Associação, é já possível consultar alguns dados, como por exemplo os Estatutos ou o endereço de contacto.
Este será certamente num futuro muito próximo, o ponto de encontro de todos os pescadores de Portugal.

Aproveito para desejar uma óptima Páscoa a todos os visitantes!

domingo, 5 de abril de 2009

O "Zangão", da Damiki


A propósito da época de pesca às trutas, tivemos oportunidade de testar o modelo Hornet (zangão!) da marca Damiki, na modalidade de spinning ligeiro.
Esta pequena amostra, com um tamanho de 8 centímetros, apresenta uma pintura bastante realista e cuidada e uns anzóis triplos bastante afiados.
O sistema interno de transferência de peso, aquando do lançamento, permite atingir grandes distâncias, apresentando uma natação irrepreensível, imitando com perfeição a acção de um pequeno peixe.


A Hornet está disponível em duas versões: flutuante, de três gramas e meia de peso e suspensa, de quatro gramas. A flutuante pode mergulhar até um metro de profundidade e a suspensa até um metro e oitenta centímetros.
Por estas características, estas amostras são indicadas para os locais mais fundos das ribeiras e rios salmonídeos, barragens ou outros locais mais profundos. É aí que as grandes trutas se escondem…
A Damiki é comercializada em Portugal pela Nautifish.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A Truta Arco Iris


A truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) é uma espécie originária dos rios da América do Norte que desaguam no Oceano Pacífico. Actualmente encontra-se distribuída por muitos países do mundo onde é largamente utilizada na aquacultura, devido à sua resistência, facilidade de adaptação e alimentação.
Estas trutas apresentam o corpo dourado a prateado com pintas pretas na zona do dorso e barbatanas. A sua principal característica é a faixa ligeiramente rosada que se estende das guelras à barbatana caudal. Podem atingir bons tamanhos, chegando com facilidade aos 70 centímetros de comprimento e cinco ou seis quilos de peso.
Também esta espécie apresenta uma forma anádroma, ou seja que se desenvolve no mar, regressando aos rios para desovar, tal como a truta fário europeia. Estas grandes trutas que regressam aos rios são conhecidas nos Estados Unidos por Steelhead derivado à cor prateada que adquire, perdendo algumas pintas e atenuando a faixa rosada. São particularmente combativas e por isso muito procuradas pelos pescadores desportivos.

Na Europa, estas trutas não possuem condições de reprodução em meio natural, visto que perderam essa capacidade devido às gerações sucessivas de reprodução artificial e forçada. Por outro lado, muitas vezes os repovoamentos dos lagos de montanha e rios salmonídeos são efectuados com trutas estéreis, de forma a controlar a sua população.
Na pesca, esta espécie não é particularmente selectiva, atacando uma larga variedade de iscos. À pluma podemos usar praticamente todo o género de imitações, incluindo as de corres berrantes e completamente fora do comum. A spinning ligeiro, as colheres e as amostras a imitar peixes e outros seres aquáticos são também eficazes devido à sua agressividade. Proporcionam uma luta bastante interessante, executando algumas vezes saltos acrobáticos na tentativa de se libertarem do engano do pescador.